Dólar ronda estabilidade depois de intenso vaivém com noticiário fiscal
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - A quarta-feira era de instabilidade no mercado de câmbio, com o dólar chegando a oscilar entre firmes altas e quedas, conforme investidores se debruçavam sobre informações a respeito de eventual extensão do auxílio emergencial para 2021 ao mesmo tempo que avaliavam consequências disso do lado fiscal.
Depois de cair à mínima do dia (de 5,5515 reais, queda de 0,83%) ainda na primeira hora de negócios, o dólar foi à máxima da sessão (de 5,6403 reais, alta de 0,76%), enquanto o mercado recebia informações sobre possível extensão do auxílio emergencial para o ano que vem e prorrogação do estado de calamidade pública.
Mas o dólar voltou a perder força após o ministro da Economia, Paulo Guedes, negar ambos. Em entrevista à imprensa, Guedes disse que não há decisão de prorrogar ou articulação nesse sentido.
Por volta de 12h15, o dólar à vista tinha variação negativa 0,03%, a 5,5963 reais na venda.
Estando no zero a zero, o real deixava de acompanhar os ganhos de vários de seus principais pares --como peso mexicano (+1%), rand sul-africano (+0,5%) e dólar australiano (+0,5%).
Apesar de declarações recentes de membros do governo sobre a importância do teto de gastos, "o sentimento ainda é ruim", disse Daniel Herrera. "Declarações por declarações não resolvem muita coisa; temos que ver como o governo vai implementar o Renda Cidadã e de onde vai tirar esse dinheiro."
"Além do Renda Cidadã, a trajetória da dívida pública segue explosiva, e isso segue sendo uma preocupação para 2021", acrescentou.
Em 2020, o dólar acumula salto de 30,4% contra o real, impulsionado por um cenário doméstico de juros baixos e incertezas fiscais, econômicas e políticas. A moeda brasileira tem o pior desempenho global no período.
Dúvidas sobre a posição do ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro da gestão Bolsonaro também têm sido apontadas como fator a guiar os mercados domésticos.
"Na minha opinião, hoje parece que Guedes deixou de ser aquele superministro para servir como algo mais acessório", disse Herrera. "Parece que ele serve para acalmar os mercados, mas tem cada vez menos poder."
Na última sessão, o dólar à vista subiu 0,54%, a 5,5979 reais na venda.
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