Primeiras doses da CoronaVac chegam ao Brasil
Por Eduardo Simões e Amanda Perobelli
SÃO PAULO (Reuters) - As primeiras 120 mil doses da CoronaVac, potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac e que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, chegaram ao aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta quinta-feira.
A carga, que chegou em sete contêiners refrigerados, faz parte de um lote de 6 milhões de doses prontas que estão sendo importadas da China e que ficarão armazenadas no Estado de São Paulo aguardando o posterior pedido de registro da vacina e aprovação dela pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Butantan também importará insumos da China para a formulação e envase da vacina em suas instalações e iniciou obras em uma fábrica para, futuramente, realizar a produção integral do imunizante.
"Esse é o momento mais próximo que nós temos de voltar ao nosso normal. Só com a vacina poderemos garantir que o Brasil recupere todos os seus sonhos e deixe de perder vidas para uma doença como essa", disse o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, de acordo com vídeo divulgado pelo governo paulista.
Gorinchteyn foi receber o carregamento no aeroporto ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e do presidente do Butantan, Dimas Covas.
A CoronaVac está em Fase 3, a última antes do pedido de registro junto a autoridades regulatórias, no Brasil. De acordo com Dimas Covas, é necessário que 61 voluntários do estudo clínico que conta com mais de 10 mil participantes sejam infectados pela Covid-19 para que se possa fazer uma primeira análise do grau de eficácia da vacina.
Não é possível prever quando isso irá acontecer, mas de acordo com presidente do Butantan isso pode ocorrer "a qualquer momento".
Resultados dos estudos em Fases 1 e 2, inicial e intermediária, mostraram que ela induziu uma resposta imune entre os mais de 700 participantes desses testes na China.
A análise da eficácia da vacina, entretanto, só será possível com os dados da Fase 3 do estudo, que está em andamento, além do Brasil, na Indonésia e na Turquia.
(Por Amanda Perobelli e Eduardo Simões; edição Paula Arend Laier)
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