Antes de votação, Baleia defende independência da Câmara e regulamentação do orçamento impositivo
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato à presidência da Câmara dos Deputados Baleia Rossi (MDB-SP) argumentou nesta segunda-feira que postula o cargo para fortalecer a independência a Casa, e, ao apontar ameaças do governo para que colegas não declarassem votos em sua candidatura, prometeu regulamentar o orçamento impositivo.
Baleia lembrou que a "frente ampla" construída em torno de sua candidatura une partidos muito distintos da esquerda e da direita para reafirmar a necessidade de reforço das instituições democráticas. Defendeu também, de um lado a aprovação da reforma tributária, e, de outro, a votação de uma pauta social.
"Agradeço a todos os que não puderam declarar o voto na nossa candidatura porque foram coagidos, porque foram ameaçados pelo governo", disse Baleia, que, assim como o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros deputados, acusa o governo de interferir no processos eleitoral por meio da negociação de cargos e emendas.
Baleia chegou a comentar matérias jornalísticas apontando que o governo teria pedido a parlamentares que gravassem os seus votos.
O candidato aproveitou para rebater o argumento de seu principal adversário, Arthur Lira (PP-AL), segundo o qual a presidência da Câmara estaria contaminada por uma atitude personalista, em detrimento do coletivo.
De quebra, abordou a estratégia adotada pelo Planalto para angariar apoio a Lira.
"Nós queremos um Parlamento igual", disse, citando projeto que regulamenta o orçamento impositivo, que não chegou a ser votado pela Casa.
"Isso sim dá igualdade para os 513 deputados federais. É compromisso, se Deus me der a oportunidade de ser presidente da Câmara dos Deputados, eu assumo o compromisso de regulamentar o orçamento impositivo. Não só voz, mas recursos legítimos, republicanos, no Orçamento, para que todos possam exercer na sua plenitude os seus mandatos", declarou.
Baleia disse ainda que sua candidatura representa a ideia de independência com diálogo com os demais Poderes, mas "nunca ficar de joelhos".
Ao afirmar que uma das prioridades, caso eleito, será a reforma tributária, garantiu também que a Casa irá votar a pauta social e de enfrentamento à pandemia.
"Que país é esse, que não se sensibiliza com 220 mil mortes?", disse, em referência às vitimas da COvid-19.
Agradeceu, também os partidos que o apoiam. Nos últimos dias, Baleia e Maia viram a frente de sustentação da candidatura se deteriorar. O DEM, partido do próprio Maia, desembarcou do bloco de Baleia e, segundo fonte, tem maioria favorável a Lira. Mas para efeitos formais, manteve-se independente e não ingressou no bloco do candidato do governo.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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