Cuba abre espaço para pequenas empresas privadas na maior parte dos setores
Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Em uma importante reforma em sua economia de controle estatal, o governo cubano permitirá que pequenos negócios privados atuem na maioria dos setores, eliminando sua limitada lista de atividades, afirmou a imprensa estatal neste sábado.
A medida, tomada no momento em que a ilha do Caribe tenta se recuperar de uma crise econômica, expandirá a gama de atividades permitidas de 127 para mais de 2.000, disse a ministra do Trabalho, Marta Elena Feito Carbera, segundo a mídia local. Ela deu a declaração em uma reunião de ministros que aprovou a nova política.
A ministra disse que haveria 124 exceções, segundo os relatos na imprensa, que não forneceram detalhes.
Economistas reformistas de Cuba pediam há tempos que o papel de pequenos negócios fosse expandido para ajudar a acelerar a economia e criar empregos.
A economia cubana estagnou há anos e recuou 11% ano passado, por uma combinação entre a pandemia de coronavírus que devastou o turismo e duras sanções dos EUA. Cubanos têm lidado com a escassez de bens básicos e filas intermináveis para obtê-los.
A crise forçou uma série de reformas prometidas há muito tempo que estavam empacadas, indo da desvalorização do peso e reorganização do sistema monetário a alguma desregulamentação de negócios estatais e investimentos estrangeiros.
O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou ano passado que o país enfrentava uma crise internacional e local. Na ocasião, ele disse que implementaria uma série de reformas para aumentar as exportações, cortar importações e estimular a demanda doméstica.
Segundo ele, as medidas incluiriam ?a melhora do setor não-estatal, com prioridade imediata à expansão dos trabalhadores autônomos e a remoção de obstáculos?.
O setor não-estatal— que não inclui a agricultura com suas centenas de milhares de pequenas fazendas e milhares de cooperativas— é composto principalmente por pequenos negócios privados e cooperativas, além de seus funcionários, artesãos, motoristas de táxi e comerciantes.
A ministra do Trabalho disse que há mais de 600.000 pessoas no setor, aproximadamente 13% da força de trabalho. Todos eles são designados como autônomos e estima-se que 40% dependem principalmente do turismo ou trabalham com transporte público.
Nos últimos seis meses, o governo também se mexeu para garantir que pequenos negócios possam acessar mercados de atacado e realizar importações e exportações, embora apenas por meio de empresas estatais.
(Reportagem de Marc Frank)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.