CSN prevê resultado do 2º tri mais forte que 1º, vai elevar preços de aço em até 18% em maio
SÃO PAULO (Reuters) - A CSN teve resultado recorde no primeiro trimestre e espera um desempenho ainda melhor no atual impulsionada por demanda e preços maiores de aço no país, enquanto trabalha em negócios que incluem um novo IPO e uma possível aquisição de ativos na áreas de cimentos, afirmaram executivos do grupo nesta quinta-feira.
A companhia divulgou na noite da véspera que teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recorde de 5,8 bilhões de reais. As ações, porém, recuavam cerca de 4%, entre as maiores quedas do Ibovespa na sessão.
Durante teleconferência com analistas do setor, executivos da companhia afirmaram que a companhia manterá estratégia de redução de alavancagem, podendo chegar a um nível abaixo de uma vez dívida líquida/Ebitda até o final do semestre.
Essa busca pela queda do endividamento não permite à empresa reavaliar a política de pagamento de dividendo mínimo de 25% do lucro, afirmaram executivos.
"Esta nova fase de geração de caixa tão forte é recente e não alcançamos nossas metas de desalavancagem", disse o diretor de relações com investidores da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro. "Os dividendos já vão aumentar de maneira significativa porque no primeiro trimestre o lucro já foi de 5 bilhões (de reais)", disse o executivo.
O presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou que a meta da empresa "é trabalhar desalavancada, eventualmente abaixo de 0,5 vez" e ressaltou que o grupo pretende atingir o grau de investimento por agências de classificação de risco até o final do ano.
A expectativa é que a redução de dívida e a capacidade de até participar de processos de aquisição de ativos na área de cimentos sejam facilitadas pelos próprios resultados da empresa e por recursos de IPO da unidade produtora do insumo, operação aprovada na véspera pelo conselho da CSN. Segundo Steinbruch, "a ideia nossa é fazer o IPO junto com o M&A".
Nos últimos dias, notícias envolvendo interesse da LafargeHolcim em deixar o Brasil foram publicadas pela imprensa, mas Steinbruch não fez menção a nomes específicos de alvos de aquisição da CSN no setor.
O diretor de negócios da área de cimentos da CSN, Edvaldo Rabelo, afirmou que a eventual saída do grupo europeu do mercado nacional "já era um movimento esperado" em um contexto em que os grupos produtores do insumo no Brasil sofreram nos últimos cinco a seis anos com margens muito baixas e mesmo negativas.
"A CSN se considera um grupo importante e possivelmente líder no processo de consolidação. Estamos atentos a todas as oportunidades", disse Rabelo.
Ele afirmou que do lado de crescimento orgânico a CSN tem cinco projetos de expansão em cimentos, dos quais quatro correspondem a novas fábricas cujas reservas minerais suficientes para mais de 100 anos já foram adquiridas.
As novas unidades sendo trabalhadas pela CSN serão instaladas nos Estados de Paraná, Sergipe, Ceará e Pará. Além disso, a empresa trabalha em uma expansão de 30% na capacidade de sua fábrica em Arcos (MG).
AÇO
Na frente da siderurgia, o diretor-executivo comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, afirmou que a empresa vai reajustar seus preços em 16% a 18% na distribuição no Brasil a partir de 1º de maio, em um cenário em que os preços nacionais da liga estão atualmente 6% a 7% abaixo dos valores internacionais.
O aumento, o quarto deste ano, foi decidido apesar de um ambiente em que distribuidores de aço do país estão sinalizando que vão trabalhar com estoques menores e que estão menos capazes de repassar o contínuo reajuste nos preços da liga no mercado interno, conforme manifestação do presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, na semana passada.
Martinez afirmou que a CSN alterou sua política de contratos de fornecimento de aço junto a grandes clientes, como montadoras de veículos e fabricantes de eletrodomésticos, para focar em acertos trimestrais em vez dos tradicionais entendimentos anuais. Com isso, ele afirmou que a empresa vai voltar a corrigir os preços em julho, depois negociar aumentos em janeiro e abril.
A expectativa do executivo é que o mercado brasileiro de aço vai crescer em 2021 pouco mais de 10%, uma perspectiva mais otimista que a visão de expansão de um dígito do setor.
Diante do otimismo, Martinez afirmou que a CSN já quase concluiu vendas para o terceiro trimestre, garantindo volume de 1,2 milhão de toneladas de aço para o período. Nos três primeiros meses do ano, as vendas somaram 1,3 milhão de toneladas.
"Vamos dobrar o faturamento da CSN em 2021 ante 2020 e vamos fazê-lo com rentabildiade maior", disse Steinbruch.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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