Não tendo público, não tem problema, diz Mourão sobre Copa América no Brasil
Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu
(Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que, se não tiver público nos estádios, não vê problema para a realização da Copa América no Brasil, em um momento em que a pandemia de Covid-19 no país segue em patamares elevados de casos e mortes.
"Não tem público né... Não tendo público não tem problema. É só dividir bem as sedes e acabou", disse ele, após ser questionado sobre se é seguro realizar o torneio.
As partidas da Copa América que será realizada no Brasil entre junho e julho devem ser disputadas nas cidades de Brasília, Natal, Manaus e Cuiabá, segundo uma fonte com conhecimento dos planos para a competição disse à Reuters.
A Copa América seria disputada pela primeira vez em sua história em dois países, Argentina e Colômbia, entre 13 de junho e 10 de julho.
A Colômbia foi retirada da organização na semana passada, e no domingo a Conmebol anunciou que a competição também não seria realizada na Argentina. A Argentina enfrenta uma segunda onda feroz de infecções e mortes por coronavírus, enquanto a Colômbia enfrenta protestos intensos desde o mês passado, sem expectativas de fim, em um impasse para o governo.
Mourão observou que a Colômbia está com "problema lá interno sério dos protestos", que estão acontecendo há mais de um mês, com dezenas de mortes.
"E a Argentina está numa escalada aí da Covid, ela está com aquela vacina russa, a CoronaVac ela tem também, está tentando comprar a Pfizer, mas está tendo problemas em vista das condições, (o presidente Alberto) Fernandes se queixou outro dia das condições. Está difícil para todo mundo", acrescentou.
Para Mourão, a vantagem do Brasil é o tamanho do país e a quantidade de estádios que seria capaz de "dispersar esse povo tudo".
"É menos risco (fazer aqui que na Argentina), que o risco continua", avaliou.
Questionado se poderia haver manifestações contra a realização do torneio de futebol no Brasil, o vice-presidente rejeitou. "Acho que não, de jeito nenhum. O povo está tranquilo nisso daí", disse.
No sábado, houve manifestações de rua em várias cidades brasileiras contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
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