Congresso dos EUA evita paralisação do governo, mas agenda de Biden terá novo teste
Por Susan Cornwell e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira projeto que evita temporariamente uma paralisação parcial do governo, mas a agenda política do presidente Joe Biden tem outro teste à frente conforme a Câmara dos Deputados se prepara para votar um projeto de infraestrutura de 1 trilhão de dólares.
Alguns democratas progressistas prometem votar contra o projeto de lei que prevê investimentos em estradas, pontes e outras infraestruturas do país, irritados com a falta de acordo no partido em torno de um projeto de lei de trilhões de dólares voltado ao financiamento de serviços sociais e de medidas de enfrentamento à mudança climática.
A Câmara aprovou a medida para financiar o governo até 3 de dezembro em uma votação bipartidária de 254-175, horas depois de o texto ter sido aprovado no Senado por 65-35. O projeto segue agora para o presidente Joe Biden, que deve sancioná-lo antes do prazo de meia-noite, quando expira o financiamento atual do governo.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, confirmou que a Casa também votará nesta quinta-feira o projeto de infraestrutura, apesar de novos embates internos entre democratas moderados e progressistas.
Quando os repórteres perguntaram ao democrata nº 2 da Câmara, Steny Hoyer, se ele estava confiante de que o projeto seria aprovado na votação desta quinta, ele respondeu com uma palavra: "Não".
O fracasso em aprovar essa medida seria um revés doloroso para Biden. A legislação de infraestrutura já foi aprovada no Senado com apoio republicano e democrata. Mas pode ser vítima de um impasse entre democratas moderados e progressistas em torno de um projeto de lei maior que fortaleceria os serviços sociais e combateria a mudança climática.
Parlamentares mais à esquerda do partido disseram que não votarão a favor do projeto de infraestrutura a menos que tenham certeza de que suas prioridades serão refletidas no projeto de gasto social.
Pelosi, que havia prometido aos moderados do partido levar à votação o projeto de infraestrutura esta semana, disse em uma entrevista coletiva que o partido estava em uma "boa situação". Mas se recusou a prever se a medida seria aprovada nesta quinta.
Com uma maioria estreita no Congresso, os democratas não podem perder muitos votos se quiserem aprovar sua agenda. E é improvável que ganhem muito apoio dos republicanos da Câmara ansiosos em retomar a maioria nas eleições de meio de mandato de 2022.
AMEAÇA DE TETO DA DÍVIDA
Em outra batalha de alto risco, os congressistas democratas e republicanos continuam se enfrentando para dar ao Departamento do Tesouro autorização adicional para empréstimos para além do atual limite estatutário de 28,4 trilhões de dólares. Um default histórico da dívida dos EUA pode ocorrer por volta de 18 de outubro, estimou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, se o Congresso não agir.
Os republicanos não querem participar do aumento do limite da dívida, dizendo ser um problema dos democratas, já que eles controlam o Congresso e a Casa Branca.
A Câmara aprovou na noite de quarta-feira um projeto de lei que suspende o limite da dívida até dezembro de 2022. O Senado pode votá-lo "já na próxima semana", disse o líder da Maioria no Senado, Chuck Schumer, mas os republicanos devem bloqueá-lo novamente.
Yellen disse na quinta-feira que seria uma "catástrofe" se o Congresso não aumentasse o teto da dívida. A incerteza está começando a se infiltrar nos mercados financeiros, embora poucos acreditem que o país acabará inadimplente.
(Reportagem de David Morgan; Edição de Eric Beech)
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