Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Senado aprova Diogo Guillen e Renato Gomes para diretorias do BC

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília - Por Bernardo Caram
Edifício-Sede do Banco Central em Brasília Imagem: Por Bernardo Caram

Bernardo Caram

06/04/2022 17h39Atualizada em 06/04/2022 19h42

O Senado aprovou nesta quarta-feira as indicações de Diogo Guillen para a diretoria de Política Econômica do Banco Central e de Renato Gomes para a diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Resolução da autarquia.

Em análise do plenário, Guillen recebeu 31 votos a favor e 16 contrários, com uma abstenção. Gomes teve 48 votos favoráveis e 6 contra —houve duas abstenções. Os nomes haviam sido aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na terça-feira.

Agora, após serem empossados, eles poderão votar na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, em maio. O encontro deve marcar o fim do ciclo de aperto monetário iniciado no ano passado para segurar a inflação, conforme indicou o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Em sabatina na CAE na terça, Guillen disse não ser apropriado mudar a meta de inflação diante de choques econômicos porque isso geraria impacto negativo sobre as expectativas para a evolução dos índices de preços.

?A manutenção de comprometimento com a meta ajuda no papel de ancoragem das expectativas?, disse. ?A meta não deve ser alterada por conta de um choque?.

Guillen também apoiou a função de seguro para o país das reservas internacionais. No encerramento de 2021, as reservas do Brasil totalizavam 362,20 bilhões de dólares.

Ele também defendeu o câmbio flutuante, tratando o mecanismo como ?a primeira linha de defesa para choques econômicos?.

Gomes, por sua vez, disse ser empático à preocupação sobre o lucro elevado de bancos, citando ações já adotadas pela autoridade monetária para aumentar a competitividade no setor, como o open banking e o apoio a fintechs.

O economista ainda se posicionou contra a tributação sobre pagamentos, medida já defendida pela equipe econômica do governo, argumentando que eventual iniciativa nesse sentido geraria distorções.

Indicado em novembro do ano passado para substituir Fabio Kanczuk, que deixou o BC a pedido, Guillen atuava como economista-chefe da Itaú Asset Management. Ele é professor vinculado ao Insper, sendo bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Princeton University, dos EUA.

Gomes foi indicado em outubro do ano passado para ocupar a vaga deixada por o João Manoel Pinho de Mello. Professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique, ele é bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Northwestern University.