Reajuste a servidores segue indefinido no governo apesar de maior pressão
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O governo segue sem definição sobre eventual reajuste a servidores públicos federais e avalia três cenários distintos com diferentes tipos de benefício, informou uma fonte do governo que acompanha as negociações, em meio à elevação das pressões de categorias do funcionalismo.
A ideia com maior concordância do Ministério da Economia, segundo a fonte, prevê a concessão de 400 reais adicionais de auxílio-alimentação por mês a todos os servidores federais, medida que alcançaria apenas servidores ativos e, proporcionalmente, beneficiaria mais aqueles com salários menores.
Pelo cálculo da pasta, a iniciativa consumiria a verba de 1,7 bilhão de reais anteriormente reservada no Orçamento deste ano para conceder reajustes a carreiras da segurança pública.
A segunda opção seria conceder reajuste linear de 4% ou 5% a todos os servidores federais a partir de julho deste ano. Nesse caso, o custo seria mais alto, de 5 bilhões de reais a 6 bilhões de reais apenas para os seis meses de vigência em 2022. Seria necessário encontrar espaço no teto de gastos para acomodar essa despesa adicional.
O terceiro cenário, segundo a fonte, seria usar a verba de 1,7 bilhão de reais para dar reajuste a algumas carreiras específicas, o que poderia incluir Policiais Federais, Policiais Rodoviários Federais e agentes penitenciários, além de carreiras que estão fazendo paralizações, como as da Receita Federal e do Banco Central.
De acordo com esse integrante do governo, a terceira opção agrada ao presidente Jair Bolsonaro, que tem tentado atender aos profissionais da segurança. A equipe econômica, porém, é contra a medida por considerar que o benefício a categorias específicas deflagraria uma onda de protesto no restante do funcionalismo.
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