Ibovespa recua sob peso de Vale e siderúrgicas; Eletrobras em foco antes de julgamento no TCU
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira caía nesta quarta-feira, diante de desempenho misto das ações nos Estados Unidos e em meio a um carregado noticiário corporativo local.
Vale e siderúrgicas eram as principais responsáveis pela baixa do Ibovespa, após a mineradora divulgar prévia operacional e na sequência de balanço trimestral da Usiminas. B3 e JBS subiam na ponta oposta.
Dados preliminares de vendas de varejistas de alimentos e expectativa para decisão no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre privatização da Eletrobras também movimentavam a sessão.
Às 11:50, o Ibovespa caía 0,44%, a 114.552,06 pontos, a quarta queda consecutiva. O volume financeiro da sessão na bolsa era 8,7 bilhões de reais.
Na cena política, servidores do Banco Central aprovaram na véspera a suspensão da greve deflagrada no início do mês, mas continuarão trabalhando em regime de operação padrão, com paralisações parciais diárias.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destaca o peso de Vale no índice e diz que o Ibovespa está sentindo também efeito do feriado na quinta-feira, com investidores "não querendo se expor tanto".
A bolsa brasileira permanecerá fechada na quinta-feira devido ao feriado de Tiradentes, com os negócios voltando na sexta-feira.
Em Nova York, os índices S&P 500 e Dow Jones subiam, diante de certo alívio nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano e em meio à expectativa por divulgação do "Livro Bege", relatório do banco central dos EUA sobre as condições econômicas atuais. Mas o Nasdaq Composite caía, influenciado por tombo de quase 40% de Netflix, após a primeira redução na base de assinantes em uma década.
Os principais índices acionários na Europa avançavam.
DESTAQUES
- VALE ON caía 3,1%, após a mineradora divulgar queda de 6% na produção de minério de ferro no primeiro trimestre deste ano em comparação anual, enquanto o volume de vendas da commodity recuou 9,6%. Porém, a empresa reportou também alta no prêmio do seu produto de melhor qualidade. Analistas do JPMorgan disseram que os números operacionais desapontaram. Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian fecharam em baixa.
- USIMINAS PNA recuava 4,6%, depois de registrar lucro líquido praticamente em linha com a expectativa do mercado, enquanto a receita líquida veio pouco abaixo das estimativas. A empresa também anunciou estimativa de vendas de aço no segundo trimestre e adiou em dois meses conclusão de reparo de alto-forno em Ipatinga. CSN ON perdia 4,4%, e GERDAU PN tinha queda de 3,1%.
- ELETROBRAS PN subia 1,1% e ELETROBRAS ON tinha alta de 0,4%, apesar de expectativa de um pedido de vistas de 60 dias no julgamento sobre a privatização da companhia nesta quarta-feira no TCU. A principal dúvida no momento é sobre os prazos para que a Corte volte a pautar o assunto. Integrantes do governo e agentes do mercado temem até um comprometimento da operação neste ano. A sessão começa às 14h30 (de Brasília).
- ASSAÍ ON ganhava 1,7%, após vendas mesmas lojas crescerem 6,7% no primeiro trimestre frente a um ano antes, excluindo efeito calendário. GPA ON mostrava decréscimo de 0,5%, após saldo de 11,2% nas vendas comparáveis no mesmo período, mas liderado pelo desempenho da unidade Éxito, que opera em outros países da América Latina.
- CARREFOUR BRASIL ON perdia 1,1%, após vendas mesmas lojas avançarem 8,5% em termos consolidados, incluindo postos de combustíveis e sem considerar efeitos de calendário.
- PETROBRAS PN diminuía 0,5% e PETROBRAS ON operava estável, em meio à moderada alta do petróleo. PETRORIO ON desvalorizava-se 1%.
- MARFRIG ON tinha alta de 2,6% e liderava em ganho percentual a positiva sessão para frigoríficos, em meio a perspectivas de resultados do setor.
- ECORODOVIAS ON aumentava 3,6%, RUMO ON apontava acréscimo de 2,4%, e CCR ON subia 2%.
(Edição de José de Castro)
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