Ministro do TSE explica votação eletrônica a autoridade eleitoral francesa
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Sérgio Banhos reuniu-se nesta sexta-feira com o chefe do escritório de eleições e estudos políticos do Ministério do Interior da França, Sebastien Audebert, instituição responsável pela organização do processo eleitoral no país europeu.
Na conversa, o ministro do TSE explicou o modelo brasileiro de votação por meio de urnas eletrônicas enquanto Audebert afirmou que o sistema eletrônico, ainda pouco utilizado na França —em cerca de 60 municípios da França é utilizada alguma forma de votação eletrônica, o equivalente 3% das urnas—, será rediscutido no segundo semestre e pode ser ampliado no país.
"O desenvolvimento do nosso sistema é colaborativo e conta com vários atores", disse Banhos, citando mecanismos de auditoria do processo, que conta com a participação de partidos políticos e da Polícia Federal na verificação dos códigos-fonte, além da possibilidade de conferência dos resultados das eleições pelo Boletim de Urna por qualquer cidadão.
"Temos um projeto extremamente sofisticado, desde o cadastramento do eleitor até a entrega dos resultados, além de toda a parte jurisdicional e consultiva atribuídas ao TSE", acrescentou o ministro do TSE, lembrando que a logística para a realização das eleições envolve, inclusive as Forças Armadas.
Na última semana Bolsonaro afirmou que o primeiro turno das as eleições na França, realizado em cédulas de papel no domingo, foi um exemplo para o Brasil.
Ferrenho defensor do voto impresso, o presidente volta e meia investe na estratégia de colocar em dúvida a inviolabilidade das urnas eletrônicas.
"Tivemos há poucos dias eleições na França... Parabéns à França", disse o presidente na tradicional live transmitida nas redes sociais na semana passada.
"O pessoal votando no papel. A França, um país muito mais desenvolvido que nós, e votando no papel. Que exemplo para os brasileiros", opinou.
No encontro desta sexta-feira com o ministro do TSE, o chefe do escritório de eleições e estudos políticos do Ministério do Interior da França disse que as cédulas de papel "ainda ocupam espaço importante nas nossas eleições, mas o sistema de votação eletrônico pode evoluir no futuro".
Ao comentar que apenas 3% das votações ocorrem por algum meio eletrônico, o francês afirmou que "esse assunto será rediscutido após as eleições legislativas que acontecerão em junho de 2022".
A autoridade eleitoral da França, que passará por um segundo turno das eleições presidenciais no próximo domingo, explicou que o país conta com aproximadamente 70 mil locais de votação e que a proclamação oficial dos resultados ocorre cerca de três dias após as eleições.
Banhos aproveitou a conversa para convidar a instituição francesa a iniciar processo de cooperação bilateral e também para que delegação do país acompanhe as eleições gerais no Brasil em outubro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.