GM e Ford enfrentam efeitos da inflação e alta de juros
Por Joseph White e Paul Lienert
DETROIT (Reuters) - GM e Ford divulgarão resultados de primeiro trimestre esta semana, em um cenário que se tornou mais hostil do que os executivos projetaram quando discutiram em janeiro com investidores sobre as perspectivas das companhias.
O impacto econômico de longo alcance da guerra na Ucrânia, interrupções na cadeia de suprimentos, inflação e aumento das taxas de juros nos Estados Unidos representam uma ameaça às previsões feitas pelas duas montadoras de Detroit em janeiro.
As ações de ambas as empresas caíram acentuadamente desde janeiro. Os resultados negativos da semana passada dos vendedores de carros usados Carvana e Carmax assustaram os investidores preocupados com o impacto da inflação sobre os consumidores nos Estados Unidos.
A GM projetou em janeiro que poderia melhorar as vendas no atacado em 25% a 30% em relação a 2021 e que os custos com commodities e logística aumentariam em 2,5 bilhões de dólares. A empresa previu ainda lucro de 13 bilhões a 15 bilhões de dólares em lucro antes de impostos.
No início de março, o diretor financeiro da Ford, John Lawler, reafirmou a previsão da empresa de que poderia gerar de 11,5 bilhões a 12,5 bilhões de dólares em lucro antes de impostos neste ano fiscal, incluindo a divisão das operações automotivas da Ford em unidades separadas de tecnologia de combustão interna e elétrica.
As montadoras devem gerenciar os custos de lançamento de novos veículos elétricos. Na GM, a empresa está aumentando a produção dos crossovers Cadillac Lyriq e utilitários GMC Hummer. A Ford lança oficialmente a produção regular da picape elétrica F-150 Lightning na terça-feira.
As interrupções na cadeia de suprimentos estão diminuindo a produção de veículos para ambas as empresas. As vendas da GM na China, seu maior mercado, caíram 21% durante o primeiro trimestre. Nos Estados Unidos, as vendas da GM no primeiro trimestre caíram 20%. As vendas norte-americanas da Ford caíram 17% no primeiro trimestre em comparação com um ano atrás.
"Não temos clareza se haverá uma pequena redução no topo da faixa de previsões para 2022", disse a Evercore ISI em relatório publicado antes da divulgação do balanço da GM na terça-feira.
Sobre a Ford, que publica seus números na quarta-feira, a Evercore afirmou que espera um corte na previsão da empresa para o ano. Um dos fatores citados pela Evercore foi a significativa exposição da Ford aos preços em disparada do alumínio, usado na produção da picape F-150 e outros veículos.
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