Desemprego fica estável em 11,1% no 1º tri e rendimento aumenta
BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) -A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% nos três meses até março, estável em relação ao trimestre encerrado em dezembro e o melhor resultado para o período desde 2016, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O resultado, que aponta para 11,9 milhões de desempregados no país, ficou abaixo da expectativa levantada em pesquisa da Reuters com analistas de uma taxa de 11,4%.
Dados do IBGE também mostraram um crescimento de 1,5% no rendimento médio real sobre o trimestre imediatamente anterior, indicador que vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado, em movimento que o instituto associou ao crescimento do trabalho formal. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, no entanto, o rendimento caiu 8,7%, ficando em 2.548 reais.
O IBGE afirmou que, ao contrário do que sazonalmente ocorre no primeiro trimestre, quando a tendência é de crescimento da taxa de desemprego, desta vez não houve aumento na busca por trabalho nesse período após a dispensa dos trabalhadores contratados temporariamente no fim do ano, contribuindo para a estabilidade da taxa.
"Você teve uma menor número de pessoas procurando trabalho no primeiro trimestre, isso diminui a pressão sobre o mercado de trabalho, e ainda houve uma redução menor da ocupação do que era comum em primeiros trimestres", disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Em relação ao primeiro trimestre de 2021, quando o desemprego estava em 14,9%, houve um recuo de 3,8 pontos percentuais da taxa.
O número de empregados com carteira de trabalho aumentou 1,1% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, enquanto o grupo sem carteira ficou estável e os trabalhadores por contra própria caíram 2,5%.
Nos setores de atividade avaliados pela pesquisa, apenas construção teve redução do contingente de trabalhadores, de 3,4% sobre o trimestre anterior, com os demais setores apresentando estabilidade.
A PNAD Contínua pesquisa cerca de 211 mil domicílios no país.
(Por Isabel Versiani e Rodrigo Viga Gaier; Edição de Luana Maria Benedito)
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