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Índice cai com Petrobras e BB, apesar de alta no exterior

30/05/2022 18h02

(Texto atualizado com fechamento oficial e mais informações)

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira caiu nesta segunda-feira, pressionado por Petrobras e Banco do Brasil, ainda que o dia tenha sido positivo nos mercados internacionais após a China relaxar restrições contra a Covid-19.

Sabesp caiu depois que Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, mudou sua postura quanto à companhia e deixou em dúvida a potencial privatização da empresa caso ele seja eleito. Vale ajudou a limitar as perdas do índice.

O mercado local não teve a referência de Wall Street, onde as bolsas ficaram fechadas por causa de feriado "Memorial Day".

O Ibovespa caiu 0,81%, a 111.032,11 pontos. O volume financeiro foi de 18,1 bilhões de reais.

Para Alan Gandelman, presidente-executivo da Planner Corretora, em sessão sem os índices em Nova York, a principal influência do dia para o Ibovespa foi a Petrobras.

"Quanto mais forte sobe o petróleo, maior o medo do mercado que se mude a política de preços da Petrobras. Isso faz com que o mercado fique inseguro", disse Gandelman.

O movimento de queda do Ibovespa, porém, foi limitado pelo cenário positivo no exterior. O índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,6%, enquanto na Ásia mercados também subiram depois que Xangai anunciou a suspensão de um lockdown de dois meses a partir de 1º de junho e uma autoridade local indicou esforços para recuperar a economia.

Em Pequim, alguns distritos também encerraram certas restrições, embora um novo caso de Covid-19 fora das zonas de quarentena gere cautela.

No Brasil, o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, destacou que o efeito da valorização do real desde a virada no ano na inflação será visto nos próximos meses.

O indicador de inflação IGP-M desacelerou para alta de 0,52% em maio, contra avanço de 1,41% em abril, disse a FGV nesta segunda-feira, mas ainda assim ficou acima das expectativas.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN cedeu 2% e ON caiu 2,2%, mesmo com alta de 1,9% no preço do petróleo Brent, que ficou acima de 121 dólares o barril. As ações da estatal recuaram forte na sexta-feira devido aos ruídos políticos em torno do comando e da política de preços da companhia. Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras pode "quebrar o Brasil" se houver novos aumentos do diesel. PETRORIO ON recuou 1,6% e 3R PETROLEUM ON subiu 0,7%.

- BANCO DO BRASIL ON diminuiu 2,7%, a quinta baixa em sequência, e BRADESCO PN reduziu 1%, em sessão que terminou com as ações do maiores bancos do país no vermelho. No caso do Banco do Brasil, O Globo noticiou no final de semana que o BB Américas saiu da lista de ativos que o banco pretende vender.

- VALE ON ganhou 1,1%, diante de alta dos contratos futuros de minério de ferro na Ásia devido ao relaxamento de restrições na China e esforços do governo chinês para fortalecer a economia doméstica. Siderúrgicas recuaram.

- SABESP ON caiu 2,1%. Ação teve queda brusca no final da tarde, embora tenha recuperado parte das perdas logo em seguida, após Tarcísio de Freitas deixar dúvidas sobre se vai promover a privatização da estatal paulista caso seja eleito. Em fevereiro, ele prometeu que privatizaria a companhia se ganhasse o pleito estadual. Pesquisa Datafolha divulgada em abril mostrou Tarcísio em terceiro lugar na disputa, com 10% das intenções de voto.

- ELETROBRAS PNB desvalorizou-se 3,4%. Furnas, subsidiária da elétrica, não conseguiu a aprovação final de seus debenturistas para um aumento de capital na Santo Antônio Energia nesta segunda-feira, mas ainda há outra chance de obter o aval em uma assembleia no próximo dia 6, disseram fontes à Reuters. O aval é uma condição para a privatização da Eletrobras.

- EMBRAER ON apontou decréscimo de 0,7%, após abertura positiva. A fabricante de aeronaves disse que conseguiu encomendas suficientes para cumprir o topo de sua meta de receita para o atual ano fiscal. A empresa espera recuperar-se dos impactos da pandemia neste ano e vê o período de 2023 a 2026 como de crescimento, disse o presidente da empresa nesta segunda-feira, em evento.

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(Edição Alberto Alerigi Jr.)