Gasolina e alimentos impulsionam inflação nos EUA em junho; taxa anual é a mais alta em 40 anos e meio
WASHINGTON (Reuters) - A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou em junho uma vez que os preços da gasolina e dos alimentos permaneceram elevados, resultando na maior taxa anual em 40 anos e meio e consolidando as expectativas de que o Federal Reserve aumente os juros em 0,75 ponto percentual no final deste mês.
O índice de preços ao consumidor subiu 1,3% no mês passado, após avançar 1,0% em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 1,1% do índice.
Nos 12 meses até junho, os preços ao consumidor saltaram 9,1%, de 8,6% em maio. Este foi o maior avanço desde novembro de 1981.
Os preços ao consumidor estão subindo em meio a problemas nas cadeias de fornecimento globais e estímulos fiscais maciços do governo adotados no início da pandemia da Covid-19.
A guerra em curso na Ucrânia, que causou um pico nos preços globais de alimentos e combustíveis, agravou a situação.
Os preços da gasolina nos EUA atingiram níveis recordes em junho, ficando em média acima de 5 dólares por galão, de acordo com dados da Associação Automobilística Americana (AAA).
Desde então, eles caíram em relação ao pico do mês passado e estavam em média em 4,631 dólares por galão na quarta-feira, o que pode aliviar parte da pressão sobre os consumidores.
Os dados da inflação foram divulgados após relatório que mostraram crescimento do emprego mais forte do que o esperado em junho. A economia norte-americana criou 372.000 vagas de trabalho no mês passado, informou o governo na sexta-feira.
O aperto do mercado de trabalho também é destacado pelo fato de que havia quase dois empregos para cada desempregado no final de maio. O Fed quer esfriar a demanda para reduzir a inflação para sua meta de 2%.
Os mercados financeiros esperam que o banco central dos EUA aumente sua taxa de juros em mais 0,75 ponto percentual na reunião de 26 e 27 de julho. Desde março, o banco subiu os juros em 1,50 ponto.
Havia a expectativa de que uma mudança nos gastos de bens para serviços ajudaria a esfriar a inflação. Mas o mercado de trabalho muito apertado está aumentando os salários, contribuindo para o aumento dos preços dos serviços.
As pressões inflacionárias subjacentes permaneceram fortes no mês passado. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor subiu 0,7% em junho, depois de alta de 0,6% em maio. O chamado núcleo da inflação avançou 5,9% nos 12 meses até junho, após alta de 6,0% em maio.
(Reportagem de Lucia Mutikani)
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