Lira se manifesta e defende sistema eleitoral 9 dias após ataques de Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de mais de uma semana em silêncio após os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu se manifestar em defesa da democracia nesta quarta-feira e, em frente a Bolsonaro, disse confiar no processo eleitoral brasileiro.
"A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar, não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes e de que confio no sistema eleitoral", disse Lira em discurso durante convenção do PP, em que foi confirmado o apoio do partido à candidatura de Bolsonaro à reeleição.
O presidente da Câmara foi repetidamente cobrado por não ter se manifestado depois de reunião de Bolsonaro com embaixadores em que o presidente reiterou ataques infundados ao processo eleitoral brasileiro e levantou suspeitas já desacreditadas de fraudes em eleições passadas. As falas de Bolsonaro não foram novas, mas o público --embaixadores de mais de 40 países-- fez com que a reação fosse a mais veemente até então.
Presidentes dos demais Poderes criticaram a conduta do presidente, assim como mais de 80 instituições, incluindo servidores de carreira de Estado, incluindo procuradores. As embaixadas do Reino Unido e dos Estados Unidos também soltaram notas em defesa do sistema eleitoral brasileiro. Lira foi uma exceção.
"Instituições no Brasil são fortes, são perenes e não são, nunca serão, redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente", afirmou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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