Crédito mantém vigor em novembro apesar de elevação nos juros e alta na inadimplência, mostra BC
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O volume de concessões de empréstimos e o estoque de crédito no país cresceram em novembro, mesmo diante de um cenário de elevação nas taxas de juros cobradas pelos bancos e de crescimento no nível de inadimplência.
O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,0% em novembro na comparação com outubro, a 5,264 trilhões de reais, correspondente a 53,8% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta terça-feira. As novas concessões de financiamentos cresceram 1,6% no período.
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, ficou em 4,3%, contra 4,2% em outubro --o novo patamar é o mais alto desde junho de 2018, quando estava em 4,4%.
Em meio ao aperto monetário promovido pelo BC, que também tem observado um aumento nas concessões de crédito em instrumentos de maior risco, as taxas bancárias médias subiram em novembro.
No mês passado, os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 44,1%, um aumento de 1,4 ponto percentual em relação a outubro --houve crescimento de 10,4 pontos em 12 meses.
Nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve alta de 0,7 ponto no mês, a 11,3%, com elevação de 2,4 pontos em 12 meses.
O spread bancário em recursos livres ficou em 31,2 pontos percentuais, de 30,6 pontos em outubro. Nos recursos direcionados, a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente ficou em 4,0 pontos, contra 4,2 pontos no mês anterior.
Neste mês, o BC ampliou sua previsão de crescimento do crédito no país para 15,1% este ano, ante estimativa de 14,2% feita em setembro. No acumulado em 12 meses até novembro, o estoque total cresceu 14,7%.
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