BCE precisa impedir que rápido crescimento salarial alimente inflação, diz Lagarde
FRANKFURT (Reuters) - Os salários da zona do euro estão crescendo mais rápido do que se pensava e o Banco Central Europeu deve impedir que isso aumente a já alta inflação, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, a um jornal croata.
O BCE elevou as taxas de juros em um total de 2,5 pontos percentuais desde julho, em uma tentativa de conter um aumento histórico da inflação e prometeu ainda mais aperto nas políticas nas próximas reuniões, à medida que as expectativas de crescimento dos preços a longo prazo começaram a se mover acima da meta de 2%.
"Sabemos que os salários estão aumentando, provavelmente em um ritmo mais rápido do que o esperado", disse Lagarde, segundo o jornal croata Jutarnji list, no sábado. "Não devemos permitir que as expectativas inflacionárias percam a âncora ou que os salários tenham um efeito inflacionário."
Lagarde não deu nenhuma dica de política na entrevista, mas disse que o banco deve "tomar as medidas necessárias" para reduzir a inflação para 2%, de sua taxa atual de quase 10%.
A Croácia ingressará na zona do euro em 1º de janeiro como o 20º membro do bloco monetário, entrando em um clube de elite em um momento de turbulência incomum, enquanto o BCE tenta domar a inflação depois de passar a última década desencadeando estímulos sem precedentes para reavivar o crescimento dos preços em um período excepcionalmente baixo.
“Precisamos ter cuidado para que as causas domésticas que estamos vendo, que estão principalmente relacionadas a medidas fiscais e dinâmica salarial, não levem a uma inflação arraigada”, disse Lagarde.
Lagarde acrescentou que a esperada recessão de inverno do bloco, induzida pelo aumento dos custos de energia, provavelmente será curta e superficial, desde que não haja choques adicionais.
(Por Balazs Koranyi)
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