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Ibovespa avança 2% com Petrobras em destaque; Americanas segue no radar

17/01/2023 18h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira após três quedas seguidas, com Petrobras entre os maiores ganhos na esteira do avanço do preço do petróleo no exterior, enquanto Americanas devolveu a alta e caiu em meio a noticiário intenso.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,04%, a 111.439,12 pontos, após perder 2,9% nos três pregões anteriores.

O volume financeiro somou 24,7 bilhões de reais, com o retorno de Wall Street - e do investidor estrangeiro - após feriado nos Estados Unidos na segunda-feira. Em Nova York, o S&P 500 fechou em queda de 0,2%.

Agentes financeiros têm citado as compras de estrangeiros como principal suporte para as ações brasileiras, enquanto investidores brasileiros estão mais ariscos diante de incertezas no horizonte doméstico, particularmente no campo fiscal.

Segundo os dados mais recentes disponibilizados pela B3, até 13 de janeiro, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro esta positivo em quase 3 bilhões de reais neste ano.

Na visão do analista Leonardo Santana, da casa de análise Top Gain Research, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Davos, na Suíça, defendendo a necessidade de uma âncora fiscal também repercutiram bem mercado. "Isso anima bastante o mercado", afirmou.

Em painel do Fórum Econômico Mundial, Haddad também disse nesta terça-feira que se as receitas e despesas federais voltarem ao nível pré-pandemia, o governo conseguirá zerar o déficit primário em dois anos.

Na véspera, também em Davos, o ministro afirmou que o governo também buscará a aprovação no primeiro semestre deste ano de um novo arcabouço fiscal que seja crível.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 6,16%, a 25,52 reais, passando a mostrar performance positiva em 2023, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com elevação de 1,7%, a 85,92 dólares o barril. PETROBRAS ON avançou 7,04%, a 28,9 reais.

- AMERICANAS ON caiu 2,06%, a 1,9 reais, revertendo os ganhos da abertura e ampliando a perda desde o anúncio dos problemas contábeis bilionários na quarta-feira. Na máxima do dia, os papéis chegaram a 2,35 reais (+21,13%). Os papéis já vinham perdendo força e passaram ao negativo após a Americanas anunciar Camille Faria como diretora financeira a partir de 1 de fevereiro. O noticiário do dia ainda incluiu que o BTG Pactual iniciou processo arbitral com a empresa em São Paulo, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto. Além disso, a CVM abriu novo processo contra a empresa e a B3 disse que está ajudando em investigação sobre se houve uso de informações privilegiadas com ações da Americanas. A Fitch cortou a nota de crédito da companhia.

Antes da abertura do pregão, a varejista também disse que deixou de pagar na véspera juros remuneratórios da sua 17ª emissão de debêntures. BTG PACTUAL UNIT avançou 3,26%, a 22,16 reais, também em dia de recuperação após recuar 9,9% nos três pregões anteriores.

- REDE D'OR ON fechou com elevação de 8,11%, a 28,25 reais. Relatório do BTG Pactual reiterou recomendação de "compra" para as ações e elevou o preço-alvo do papel do grupo de hospitais para 38 reais. "Em um cenário adverso do setor, com taxas de juros altas, balanços patrimoniais alavancados, margens operacionais abaixo dos níveis pré-pandêmicos, a Rede D'Or é nossa 'large cap' favorita no setor de saúde", afirmam Samuel Alves e equipe. No setor de saúde, QUALICORP ON perdeu 5,41%, a 5,6 reais.

- MAGAZINE LUIZA ON caiu 1,56%, a 3,79 reais, devolvendo parte da alta recente embalada pelo noticiário sobre a Americanas. Nos últimos três pregões, saltou 27%. VIA ON recuou 2,67%, a 2,55 reais, após avançar cerca de 10,5% na véspera.

- TOTVS ON valorizou-se 5,86%, a 29,26 reais, também buscando encerrar uma sequência de três pregões de baixa. Analistas do Credit Suisse afirmaram não ver riscos para o grupo de tecnologia decorrentes do escândalo contábil envolvendo a Americanas, principalmente relacionados ao mercado de "forfait" (risco sacado) citado no escândalo contábil da varejista.

- AMBEV ON subiu 5%, a 13,86 reais, após quatro quedas seguidas, em meio a perspectivas de um quarto trimestre não muito animador, mas também contaminada pelos eventos relacionados à Americanas, uma vez que os acionistas de referência da rede varejista, que podem precisar fazer um aporte relevante de capital na companhia, são os acionistas controladores da Ambev. Analistas do Bank of America também afirmaram que 2023 será um ano de inflexão para os resultados da fabricante de bebidas, mas reiteraram a recomendação "neutra" considerando que esse prognóstico já está refletido nas cotações da ações. O preço-alvo foi reduzido de 16,50 para 16 reais.

- AREZZO ON avançou 3,32%, a 80 reais, após anunciar a compra da marca de calçados Vicenza por 103,8 milhões de reais, em uma transação que considera 60% da empresa e que mantém estratégia de expansão do grupo no mercado formado pelas classes "A" e "B". Os 40% restantes da Vicenza serão incorporados pela Arezzo&Co por meio de emissão de novas ações (803.129 papéis) da empresa que serão adquiridas pelos vendedores. Na visão de analistas do Citi, a aquisição ressalta o apetite de crescimento da Arezzo.

- VALE ON fechou com decréscimo de 0,13%, a 92,13 reais, em dia de queda dos contratos futuros de minério de ferro na China, depois que o crescimento econômico chinês diminuiu em 2022 para um dos piores níveis em quase meio século, alimentando temores de mais dores de cabeça inflacionárias em todo o mundo.

- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 2,07%, a 26,1 reais, e BRADESCO PN ganhou 0,69%, a 14,63 reais. BANCO DO BRASIL ON fechou em alta de 5,87%, a 37,7 reais, um dia após a nova presidente do BB, Tarciana Medeiros, tomar posse e se comprometer com uma gestão para manter a rentabilidade da instituição ao mesmo tempo em que realiza funções sociais.

- PAGSEGURO, que é negociada em Nova York, caiu 4,02%, a 9,07 dólares. Relatório de analistas do Credit Suisse cortou a recomendação dos papéis para "neutra", bem como o preço-alvo de 21 para 11 dólares, uma vez que veem desaceleração no crescimento da empresa de meios de pagamentos.

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(Edição Alberto Alerigi Jr.)