Sergio Ermotti retorna como CEO do UBS para liderar aquisição do Credit Suisse
Por John Revill
ZURIQUE (Reuters) - O UBS Group AG recontratou Sergio Ermotti como CEO para conduzir a aquisição do Credit Suisse -- um movimento surpresa para aproveitar a experiência do banqueiro suíço na reconstrução do banco após a crise global financeira.
O executivo que se tornou um solucionador de problemas corporativos enfrenta o difícil desafio de demitir milhares de funcionários, reduzir o tamanho do banco de investimentos do Credit Suisse e assegurar aos ricos do mundo que o UBS continua sendo um porto seguro para seu dinheiro.
"Sentimos que tínhamos um cavalo melhor", disse o chairman do UBS, Colm Kelleher, sobre a decisão de substituir o atual CEO, Ralph Hamers, após menos de três anos no cargo.
Kelleher afirmou que trouxe Ermotti de volta porque ele está mais bem preparado para enfrentar o maior acordo financeiro desde a crise bancária global, mais de uma década atrás.
"Esta não é uma solução suíça", disse ele, tentando minimizar qualquer papel da nacionalidade de Ermotti na obtenção do cargo e, em vez disso, enfatizou que seu foco estava nos grandes riscos de fazer a fusão funcionar para o UBS.
"Ser suíço ajuda", declarou Kelleher. "Mas a maioria dos nossos negócios é global."
Ermotti, que foi presidente-executivo do UBS de 2011 a 2020 e agora é chairman do Swiss Re, assumirá o comando a partir de 5 de abril.
Ele pediu "um pouco de paciência" durante "alguns meses" para permitir que o banco faça seu plano estratégico. "Não podemos nos apressar em decisões que podem causar arrependimentos", afirmou ele a jornalistas.
O executivo de 62 anos disse que voltou ao UBS depois de sentir o que classificou de "um dever" e acrescentou que sempre quis se envolver em uma grande transação como a aquisição do Credit Suisse.
Ele assume o comando semanas depois que o UBS comprou seu rival suíço em uma fusão arquitetada pelas autoridades suíças para conter a turbulência no Credit Suisse.
Esse acordo tornou o UBS o único banco global da Suíça, sustentado por cerca de 260 bilhões de francos (170 bilhões de dólares) em empréstimos e garantias estatais, uma aposta arriscada que deixa a economia suíça mais dependente de uma única instituição.
As ações do UBS subiam 1,8% nesta quarta-feira.
Analistas disseram que a experiência de Ermotti em reduzir o tamanho do banco de investimentos do UBS após a crise financeira de 2008 o deixou bem preparado para a tarefa.
"A decisão de trazer Sergio Ermotti de volta é muito positiva, pois reduz o risco de integração e execução em 80%", disse Davide Serra, CEO da Algebris Investments.
"Sergio já reduziu o risco e fez o banco de investimento atender a seus clientes e não a seus banqueiros de investimento como fez o Credit Suisse. Como acionista e detentor de títulos estou muito feliz", acrescentou.
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