Governo estuda uso de títulos do Tesouro Direto como garantia para financiamento bancário e locação de imóveis
(Reuters) - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira que o governo estuda permitir que investidores do programa Tesouro Direto usem títulos públicos como garantias em financiamentos bancários e em operações de locação de imóveis.
Segundo ele, o governo trabalha em duas "grandes frentes" ligadas ao Tesouro Direto, programa voltado para as pessoas físicas. Na primeira delas, o governo prevê para julho o lançamento de um produto voltado para a área educacional.
"A aposta é que o produto seja uma grande referência de poupança das famílias para o ciclo universitário, o ciclo educacional", comentou Ceron, durante coletiva de imprensa sobre o resultado do governo central na tarde desta quinta-feira.
O segundo produto, ainda sem data de lançamento, é voltado para garantias de crédito e para o mercado de seguros, por meio da utilização da plataforma do Tesouro Direto.
Ceron lembrou que o governo lançou recentemente o RendA+, uma opção de investimento via Tesouro Direto com foco na aposentadoria. Agora, a intenção é utilizar o Tesouro Direto como uma possibilidade de garantia em algumas operações.
“Você faz, por exemplo, o RendA+ para a sua aposentadoria, mas você também pode dar ele (investimento no Tesouro) em garantia para o seu automóvel. Você dá mais segurança para a instituição, e com isso você consegue taxas de juros menores para o financiamento”, exemplificou.
Há ainda a intenção de que o Tesouro Direto seja utilizado no mercado de aluguel de residências no Brasil.
"Às vezes, você tem que depositar três alugueis para o locador, ou precisa ir atrás de um fiador", citou Ceron, sobre a atual dinâmica de garantias em locações de imóveis no Brasil.
"Você pode fazer um investimento no Tesouro Direto e fazer um instrumento de garantia, reduzindo o custo. O seguro de aluguel hoje é caro, de repente pode baratear", acrescentou.
Enquanto o produto para o ciclo educacional deve ser lançado em julho, as iniciativas nas áreas de crédito e seguro ainda não têm data marcada. Ceron afirmou que a intenção é lançá-las "em breve".
(Por Fabrício de Castro)
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