Eneva tem lucro líquido R$223 mi no 1º tri, alta de 21%
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Eneva registrou lucro líquido de 223 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 21% ante o mesmo período do ano passado, em meio a uma diversificação de negócios na companhia que permitiu avanço nos resultados apesar de menor demanda por despacho térmico pelo Brasil, disse à Reuters o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Marcelo Habibe, nesta segunda-feira.
Maior operadora privada de gás natural em terra do Brasil e uma empresa integrada de energia, a Eneva tem buscado investimentos que permitam depender menos das condições hidrológicas do país. Quando chove menos, o Brasil demanda mais despacho térmico, o que não tem acontecido.
O lucro teve a contribuição da entrada no portfólio da companhia de empresas como Hub Sergipe (antiga Celse) e da Termofortaleza (CGTF), além da Comercializadora da Eneva. Além disso, a empresa pretende manter a exportação de energia para países vizinhos, ficando menos dependente da demanda interna.
"A gente está diversificando os nossos negócios... É um modelo de negócios completamente diferente de uma Eneva de dois anos atrás, que foi reconstruído em 2022 e agora em 2023 a gente começa a entregar", afirmou Habibe.
"É um primeiro trimestre para a gente começar a mostrar que o que a gente prometeu a gente vai entregar, resultados fortes e início de desalavancagem."
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), por sua vez, alcançou recorde de 1,2 bilhão de reais, avanço de 146% frente ao mesmo período de 2022.
As principais contribuições para o Ebitda, segundo o executivo, vêm da entrada do Hub Sergipe (antiga Celse) e da Termofortaleza (CGTF) no portfólio da companhia, cujas aquisições foram concluídas no segundo semestre de 2022 e não figuravam no resultado do primeiro trimestre daquele ano (adicionando 347 milhões de reais e 124 milhões de reais ao indicador, respectivamente).
Parte relevante também veio com a entrada no potfólio da Comercializadora da Eneva, agregando 269 milhões de reais ao Ebitda nos primeiros três meses, por assinatura de contratos com clientes no mercado livre.
A receita líquida da empresa no primeiro trimestre também foi recorde, de 2,5 bilhões de reais, versus 759 milhões de reais um ano antes. O montante superou em 6% ainda o recorde anterior atingido no quarto trimestre.
Do lado da geração de energia, a empresa continuou exportando eletricidade para a Argentina neste primeiro trimestre, diretamente do Complexo Parnaíba, no Maranhão, pontuou o executivo. A venda para o país vizinho gerou Ebitda de 39 milhões de reais para a companhia, informou a empresa.
"A gente começa a mostrar também que o modelo de negócios que a empresa está desenvolvendo é muito resiliente à hidrologia", afirmou.
"Se a gente tiver hidrologia muito forte no Brasil, a gente vai pegar essa nossa capacidade e desviar para a exportação de energia, seja para a Argentina, seja para Uruguai... O resultado virá forte independentemente de fatores externos, os fatores externos podem trazer oportunidades para levar o resultado para ser mais forte ainda."
Já a Usina Termelétrica (UTE) Jaguatirica II, em Roraima, contribuiu com 69 milhões para o Ebitda, resultado do aumento de disponibilidade para o Sistema Isolado do Estado, disse a empresa. Habibe pontuou que outro importante marco do trimestre foi o início dos testes de energização do Complexo Solar Futura, em Juazeiro, na Bahia, que entrará em operação comercial em breve.
(Por Marta Nogueira)
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