Mercado vê crescimento mais intenso este ano e 1° corte da Selic mais forte em setembro
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central elevaram com força a perspectiva para a economia brasileira neste ano depois de dados mais fortes que o esperado do primeiro trimestre e passaram a ver um primeiro corte na taxa de juros mais acentuado em setembro.
De acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu a 1,68%, de 1,26% na semana anterior.
A melhora se dá depois que o IBGE divulgou na semana passada que o PIB expandiu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, acima da expectativa, graças ao impulso do setor agrícola.
Mas, para 2024, a conta no Focus desta segunda-feira caiu em 0,02 ponto percentual, a 1,28%.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que segue a perspectiva de que a taxa básica de juros Selic será mantida no atual patamar de 13,75% na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) e também na de agosto.
Também não houve alterações no cenário para o final deste ano e do próximo, com a Selic projetada, respectivamente, em 12,50% e 10,00%.
Os investidores seguem vendo que o primeiro corte de juros será realizado em setembro, mas passaram a ver um movimento mais forte. Agora, a estimativa é de que a Selic será reduzida em 0,5 ponto percentual nessa reunião, contra 0,25 ponto estimado antes.
Esse movimento seria seguido por mais um corte de 0,25 ponto e outro de 0,50 ponto, respectivamente, nas duas últimas reuniões do ano. Antes, os especialistas consultados viam dois cortes de 0,5 ponto em novembro e dezembro.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que as expectativas para a alta do IPCA seguem em tendência de baixa.
Os especialistas consultados veem agora uma inflação de 5,69% este ano, contra 5,71% no levantamento anterior. Para 2024 a conta foi ajustada para baixo em 0,01 ponto, a 4,12%.
Para os dois anos seguintes a pesquisa segue sem alterações, com a alta do IPCA calculada em 4,0%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
(Por Camila Moreira)
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