Inflação nos EUA está em queda e mercado de trabalho está forte, diz Yellen
Por Susan Heavey e David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos está forte em meio a gastos robustos do consumidor, mas algumas áreas estão desacelerando, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, nesta quarta-feira, acrescentando que espera progresso contínuo na redução da inflação nos próximos dois anos.
Yellen, em entrevista à CNBC, também disse que, embora os bancos possam ter problemas com imóveis comerciais e enfrentar alguma consolidação, há ampla liquidez no sistema e eles, em geral, devem ser capazes de resistir a qualquer tensão.
Yellen disse que a inflação pode diminuir ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho se mantém forte, com desemprego na faixa de 4%, ligeiramente acima da leitura de 3,7% em maio.
"Sempre pensamos que uma taxa de desemprego com quatro como primeiro dígito é um mercado de trabalho muito forte", afirmou Yellen. "Claramente, os norte-americanos se sentem bem com suas perspectivas de emprego. Eles estão encontrando trabalho rapidamente."
Yellen disse que a economia norte-americana desacelerou um pouco, o que aliviou as pressões no mercado de trabalho, mas “ainda temos um mercado de trabalho muito saudável, os ganhos salariais são significativos”.
A secretária do Tesouro dos EUA disse ainda que a legislação para elevar o teto da dívida do país e reduzir os déficits em mais de 1 trilhão de dólares ao longo de uma década apoiará os esforços do Federal Reserve para reduzir a inflação.
Questionada sobre a opinião do ex-presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, de que a taxa de juros, entre 5% e 5,25% agora, terá que subir para 6% para domar a inflação, Yellen disse que essa é uma decisão para o Fed tomar.
"Os gastos do consumidor continuaram a crescer de forma bastante robusta, mas você também está vendo áreas da economia que estão desacelerando", disse ela. "E este é um julgamento que meus colegas do Fed são muito capazes de fazer. Como eu disse, acho que o importante é tentar reduzir a inflação. Essa é a principal prioridade."
Yellen disse que os bancos enfrentarão algumas dificuldades relacionadas a imóveis comerciais por causa de taxas de juros mais altas e acordos de trabalho remoto que reduziram a demanda por escritórios, mas testes de estresse mostraram que as instituições financeiras têm capital adequado e os supervisores bancários estão analisando de perto a situação.
Questionada se apoiará mais consolidação entre os bancos, ela disse que o atual sistema bancário diversificado com fortes bancos comunitários, bancos regionais e grandes instituições financeiras é uma "força" para a economia dos EUA, mas é provável que haja mais consolidação.
Yellen disse que não gosta de ver a diversidade bancária norte-americana ameaçada, "mas certamente neste ambiente, alguns bancos estão sofrendo pressão sobre os ganhos e há uma motivação para ver alguma consolidação. E não me surpreenderia ver parte disso acontecendo à frente".
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