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Azul anuncia troca de títulos para alongar dívida em plano de reestruturação

13/06/2023 10h28

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - A Azul lançou nesta terça-feira ofertas para troca de títulos de dívidas sênior existentes com vencimentos em 2024 e 2026 por papéis que expiram em 2029 e 2030, respectivamente, no movimento mais recente de um amplo plano de reestruturação da companhia aérea.

A oferta de troca totaliza 1 bilhão de dólares e vem após um acordo com empresas de leasing de aeronaves que contemplou ações e dívida conversível em troca de menores pagamentos, que ajudou a reduzir as despesas com arrendamento de aviões em um total de 5,4 bilhões de reais no longo prazo.

A oferta contempla a troca de papéis com vencimento em 2024, e remuneração de 5,875%, por títulos de dívida com garantia secundária, com vencimento em 2029 e remuneração de 11,500%; e de títulos que expiram em 2026 e pagam 7,250%, por papéis com garantia secundária para 2030 e remuneração de 10,875%.

"O mercado estava olhando muito a dívida da Azul que vai vencer no curto prazo... Vamos tirar toda a dívida de curto prazo da nossa frente e isso vai dar muita pista para a Azul decolar de verdade agora", afirmou à Reuters o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson.

Rodgerson reconheceu que os juros pagos nos novos títulos seriam maiores por causa do cenário global "complexo" de taxas elevadas, mas garantiu que a mudança seria benéfica tanto para a empresa quanto para os detentores de títulos, com pagamento de 100% dos papéis.

De acordo com a Azul, um grupo "ad hoc" que representa 65,5% do valor principal dos títulos de dívidas sênior existentes com vencimento em 2024 e 65,8% do valor principal do vencimento em 2026 já concordou com a troca ofertada.

"Estamos estruturando tudo isso para terminar e resolver todos os problemas do curto prazo que a gente tinha", afirmou Rodgerson, observando que essas questões têm sido um "overhang" para as ações e dívida da companhia até o momento.

As ações da Azul acumulam valorização de cerca de 75% no ano até o momento, tendo fechado na segunda-feira a 19,21 reais, mas permanecem bem abaixo dos níveis pré-pandemia, quando foram negociadas acima de 60 reais.

Analistas do Bank of America elevaram recentemente a recomendação das ações para "neutra" ante "underperform", citando efeitos benignos da taxa de câmbio e dos preços do petróleo, bem como o plano de reestruturação.