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Com débitos de R$1 milhão, Bolsonaro tem bloqueado R$447 mil de contas por Justiça de SP

14/06/2023 18h24

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Com débitos por multas que ultrapassam 1 milhão de reais, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de bloqueio da Justiça paulista de 447 mil reais de suas contas pelo fato de não ter pago multas decorrentes do não uso de máscara no Estado durante a pandemia de coronavírus.

No site da dívida ativa do Estado de São Paulo, o ex-chefe do Executivo federal recebeu sete multas da Secretaria de Saúde estadual entre julho de 2021 a junho de 2022 que, em valores que somados chegam à quantia de R$ 1.062.416,65, envolvendo os valores principais dos débitos e outras correções.

Há casos que já estão judicializados e com decisões desfavoráveis ao ex-presidente. Inicialmente, Bolsonaro foi alvo de um bloqueio judicial de 77,4 mil reais e mais recentemente, outros 370 mil reais, segundo a assessoria do TJ de São Paulo.

"Posto isso, defiro o requerimento da Fazenda do Estado de São Paulo e determino a indisponibilidade de dinheiro em depósito ou aplicação financeira do(s) executado(s), existente nas instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores até o limite da dívida executada", escreveu a juíza Ana Maria Brugin, no último despacho.

Em evento do PL pela manhã, Bolsonaro disse ter ficado sabendo do bloqueio de suas contas pela imprensa e ironizou.

"Fique tranquilo porque, por enquanto, eu tenho fundo, (mas) daqui a pouco não tenho mais e vamos ver se o Valdemar me paga por fora meu salário retido aí", afirmou, sob risos, acrescentando que não vai se desesperar.

À tarde, o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, que tem atuado na comunicação do ex-presidente, criticou as penalidades a Bolsonaro em uma rede social.

"Se a pandemia foi um processo de aprendizagem contínua de tratamentos, remédios, comportamentos, decisões, com muitos erros e acertos na medida em que novas informações iam surgindo, nenhuma multa deveria ter sido aplicada", disse.

"Ninguém detinha a verdade absoluta, ninguém era o dono da razão", ressaltou.

O uso de máscara de proteção facial foi considerado pela comunidade médica um meio efetivo de reduzir os riscos de contaminação com o coronavírus e foi obrigatório durante um período da pandemia.