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Ibovespa avança e fecha acima dos 119 mil pontos em dia com Fed e S&P

14/06/2023 17h15

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) -O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, acima dos 119 mil pontos pela primeira em quase oito meses, após o Federal Reserve confirmar expectativas no mercado e manter os juros dos Estados Unidos na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, embora tenha deixado a porta aberta para aumento adicional até o final do ano.

A melhora na perspectiva da nota de classificação de risco do Brasil para "positiva" pela Standard & Poor's fez o Ibovespa acelerar a alta e renovar máxima da sessão na última meia-hora de pregão. Apesar de titubear, reagiu nos ajustes para confirmar uma máxima de fechamento desde outubro do ano passado.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,99%, a 119.068,77 pontos. Na máxima, chegou a 119.084,5 pontos. O volume financeiro somou 71,9 bilhões de reais, em sessão marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

O banco central norte-americano sinalizou em novas projeções econômicas que os juros nos Estados Unidos provavelmente aumentarão mais 0,5 ponto percentual em 2023, diante de uma atividade econômica mais forte do que o esperado e uma desaceleração lenta da inflação.

"A decisão pode ser considerada hawkish na nossa avaliação, haja vista as alterações observadas nos dots (projeções para os juros), algo que considerávamos estratégico para afastar cenários de cortes precoces", avaliou o economista-chefe do Ativa Investimentos, Étore Sanchez, em comentário a clientes.

Na visão dele, o Fed "comprou tempo" para avaliar o andamento da economia, e o fez afastando cenários de cortes precoces, para no mínimo o início do ano que vem.

Mesmo sendo uma decisão amplamente esperada, houve volatilidade em praticamente todos os mercados.

O Ibovespa chegou a 117.484,70 pontos na mínima após a decisão do Fed, de 118.439,77 pontos pouco antes do anúncio, mas retomou parte do fôlego conforme o chair do BC norte-americano, Jerome Powell, afirmou que as projeções da autoridade monetária não são um plano ou decisão e que não há decisão sobre a reunião julho.

Para o gestor de ações da Ace Capital Tiago Cunha, a reação da bolsa brasileira está mais ligada à fala de Powell, que deixou a próxima decisão mais dependente dos dados econômicos, sinalizando que os "dotz" não deveriam ser considerados de maneira isolada.

"Adicionalmente, como a próxima reunião tem um intervalo de tempo relativamente curto, a percepção é de que os números da economia dos EUA ainda devem ser marginalmente positivos, o que não justificaria por ora uma retomada dos aumentos", acrescentou.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançou 4,3%, a 30,1 reais, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior. A companhia também informou à Braskem que não há qualquer decisão da diretoria executiva ou do Conselho de Administração em relação ao processo de desinvestimento ou de aumento de participação na petroquímica. Mas também afirmou a atuação no setor petroquímico é um dos elementos estratégicos do Plano Estratégico 2024-2028. O presidente da estatal também disse que a empresa analisa "tudo o que está acontecendo" sobre a eventual venda da fatia da Novonor na Braskem. BRASKEM PNA subiu 3,59%.

- VALE ON ganhou 1,75%, a 69,02 reais, conforme os contratos futuros de minério de ferro em Dalian, na China, ampliaram os ganhos nesta quarta-feira, impulsionados pelas perspectivas de mais estímulos monetários e medidas de apoio para sustentar uma recuperação pós-pandemia estagnada na segunda maior economia do mundo.

- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 0,23%, a 30,23 reais, ainda afetado pela decisão do STF envolvendo o pagamento de tributos federais por instituições financeiras e potenciais efeitos nas provisões do banco. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,37%, BRADESCO PN encerrou com variação positiva de 0,66% e BANCO DO BRASIL ON terminou em alta de 0,49%, reagindo ao anúncio da S&P. Analistas do Bradesco BBI, porém, afirmaram mais cedo que ainda estão cautelosos com o setor, citando preocupação com a qualidade do crédito.

- GOL PN subiu 11,8%, a 11,18 reais, e AZUL PN avançou 8,66%, a 19,95 reais. Analistas do JPMorgan avaliaram em relatório a clientes que as companhias aéreas da América Latina continuam a se favorecer de um ambiente de demanda saudável e momentum favorável para os retornos, beneficiando-se de preços de combustível de aviação sequencialmente mais baixos. No caso do Brasil, o banco elevou o preço-alvo de Azul de 24 para 25 reais, enquanto manteve a recomendação "neutra". Para Gol, que tem "underweight", manteve o preço-alvo de 12 reais.

- HAPVIDA ON valorizou-se 8,31%, a 4,3 reais, após um ajuste nos últimos quatro pregões, quando acumulou um declínio de quase 9%, com queda em três sessões. As negociações tiveram como pano de fundo o "investor day" da companhia

- B3 ON fechou em alta de 4,18%, a 15,22 reais, com analistas repercutindo positivamente dados operacionais referentes a maio. Para analistas da XP Investimentos, ainda que tímidos, os números podem indicar o início de um ciclo de recuperação de volumes. Ainda assim, optaram por manter visão conservadora para a ação, com recomendação "neutra".

- CVC BRASIL ON perdeu 1,91%, a 4,1 reais, sem conseguir acompanhar o movimento mais positivo, engatando a terceira queda seguida. Até a última sexta-feira, o papel havia acumulado em junho valorização de mais de 35%.

- SLC AGRÍCOLA ON recuou 0,71%, a 35,01 reais. No radar está a notícia sobre problemas envolvendo a Odey Asset Management (OAM), com sede em Londres, que detém participação de 9% na empresa brasileira. Para analistas do Bradesco BBI, caso ocorram resgates significativos de fundos da OAM pode ser que algumas das ações detidas pela gestora fiquem sob pressão no curto prazo, incluindo SLC. Na véspera, a Reuters noticiou que a OAM estava fechando um fundo e restringindo resgates de outro.

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(Edição de Alexandre Caverni e André Romani)