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Ibovespa renova máximas desde 2022 com apoio externo após S&P

15/06/2023 11h41

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava manter o viés positivo nesta quinta-feira, apoiado pela performance de Wall Street e valorização de commodities como o petróleo, embora movimentos de realização de lucros atenuassem a alta, com CVC Brasil figurando entre os maiores ganhos após anúncio de oferta de ações.

Às 11:18, o Ibovespa subia 0,45%, a 119.610,12 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 119.686,12 pontos. A ultima vez que o Ibovespa marcou 120 mil pontos durante o pregão foi em 4 de novembro do ano passado -- embora tenha fechado abaixo disso naquela sessão.

O volume financeiro somava 5,8 bilhões de reais, refletindo ainda operações atreladas ao vencimento de opções sobre ações que acontece na B3 na sexta-feira.

Na véspera, o Ibovespa avançou quase 2% e fechou acima dos 119 mil pontos pela primeira em quase oito meses, após o Federal Reserve confirmar expectativas no mercado e manter os juros dos Estados Unidos na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, enquanto a Standard & Poor's elevou a perspectiva do rating do Brasil.

Para a equipe do Citi no Brasil, a decisão da S&P é um evento relevante para aumentar a confiança dos investidores, potencialmente favorecendo entradas de capital e valorização da moeda local.

"Além da potencial valorização da moeda que sustenta o processo desinflacionário em curso, a decisão da S&P também pode contribuir para reancorar as expectativas de inflação, fortalecendo ainda mais o argumento de cortes mais precoces nas taxas de juros do que estamos prevendo atualmente", afirmou a equipe do Citi em relatório.

Quanto ao Ibovespa, de acordo com análise técnica do Itaú BBA, a tendência de alta do índice poderá encontrar próximo objetivo em 121.600 pontos, e caso consiga superar esta importante barreira, "abrirá espaço para pensarmos nos 131.200 pontos, o tão famoso topo histórico".

Em relatório a clientes, eles citaram que os suportes para o Ibovespa ficam em 111.600 e 108.100 pontos. "O espaço entre a cotação atual e essas regiões destacadas indica a potencial realização que existe no mercado. Mesmo se isso acontecer, não desconfigurará a tendência principal de alta."

Parte do movimento mais positivo recente do Ibovespa, que apenas em junho acumula elevação de mais de 10%, reflete forte fluxo de capital externo para as ações brasileiras. De acordo com os dados da B3, neste mês as compras de estrangeiros superaram as vendas em 6,145 bilhões de reais até o dia 13.

Do exterior, agentes financeiros repercutiam uma agenda cheia, com decisões de juros do Banco Central Europeu e do BC chinês, além de uma bateria de dados econômicos dos Estados Unidos, um dia após o Federal Reserve manter o juro, mas projetar mais aumento no ano.

Em Wall Street, o S&P 500 0,37%.

DESTAQUES

- CVC BRASIL ON avançava 3,66%, a 4,25 reais, após anunciar antes da abertura oferta primária de ações que, ao preço do fechamento da véspera, chega a 683,333 milhões de reais, considerando a colocação das papéis adicionais. A operadora de turismo espera precificar o follow-on em 22 de junho. Parte dos recursos será usada para melhorar a estrutura de capital da companhia.

- HAPVIDA ON mostrava acréscimo de 4,19%, a 4,48 reais, em mais uma sessão positiva, após evento da companhia na véspera com analistas e investidores. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que a companhia reforçou no investor day seu foco na rentabilidade e revisaram o preço-alvo da ação de 4,10 para 4,70 reais, reiterando recomendação "outperform".

- BANCO DO BRASIL ON avançava 2,03%, a 49,85 reais, ainda beneficiado pela melhora da perspectiva do rating brasileiro na véspera. O Bank of America também elevou o preço-alvo da ação do BB de 54 para 62 reais e reiterou recomendação de "compra", citando que o interesse dos investidores do papel aumentou devido aos ruídos de interferência política mais baixos. ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,64% e BRADESCO PN valorizava-se 0,47%.

- BRASKEM PNA valorizava-se 2,38%, a 28,36 reais, enquanto segue vulnerável a notícias envolvendo o controle da petroquímica.

- PETROBRAS PN tinha elevação 2,06%, a 30,72 reais, endossada pela alta dos preços do petróleo, além de notícia de que descarta oferta de aquisição da Braskem, companhia na qual já detém 36,1% do capital total e 47% do capital votante.

- MRV&CO ON subia 0,85%, a 11,93 reais, tendo como pano de fundo dados divulgados na véspera mostrando alta de 47,8% no volume geral de vendas (VGV) médio mensal em abril e maio em comparação ao segundo trimestre completo do ano passado, para 731 milhões de reais. Também afirmou que o volume representa alta de 20,6% frente à média do primeiro trimestre inteiro deste ano.

- RUMO ON recuava 1,61%, a 22,58 reais. Analistas do Citi cortaram a recomendação dos papéis da transportadora logística para "neutra" ante "compra" e reduziram o preço-alvo de 5 para 4 reais, avaliando que as ações parecem mais perto do preço justo e um pouco mais vulnerável a decepção com resultados.

- B3 ON caía 0,92%, a 15,08 reais, em meio a movimentos de realização de lucros, após tocar mais cedo uma máxima intradia desde novembro de 2022, a 15,34 reais. No mês até essa máxima, o papel acumulava alta de mais de 15%.

- VALE ON perdia 0,48%, a 68,69 reais, também experimentando correção, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, conforme a ação acumulava até a véspera alta demais de 8% no mês. O contrato de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 1,43%, a 815,5 iuanes por tonelada métrica, o maior nível desde 31 de março.

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(Por Paula Arend Laier; Edição de Camila Moreira)