BTG Pactual eleva preço-alvo de XP enxergando mercado de capitais mais forte
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do BTG Pactual revisaram projeções e elevaram o preço-alvo das ações da XP Inc. para 28,50 dólares em meados de 2024, de 20 dólares anteriormente, enxergando um mercado de capitais mais forte do que o esperado no Brasil, que deve ofuscar suas preocupações de longo prazo.
Na véspera, as ações da XP fecharam a 23,62 dólares em Nova York, onde são negociadas.
Conforme o relatório enviado a clientes nesta quarta-feira, Eduardo Rosman e equipe elevaram suas previsões para o lucro líquido (GAAP) em 4,1% para 2023, a 4 bilhões de reais; e em 9,9% para 2024, a 4,85 bilhões de reais. Também a projeção para 2025 melhorou para 5,4 bilhões de reais (+7,5%).
"Apesar do rali recente e de nossas preocupações de médio/longo prazos -- que nos deixam neutros --, ainda acreditamos que a ação parece uma oportunidade de compra no curto prazo. Nosso viés continua positivo!", escreveram os analistas.
O BTG Pactual chamou a atenção para o anúncio recente da XP de que atingiu 1 trilhão de reais em ativos sob custódia neste mês. "Isso está intimamente relacionado à recuperação mais forte do que o esperado no mercado de ações", afirmaram.
Os analistas também elevaram ligeiramente suas estimativas para o resultado do segundo trimestre e agora esperam lucro líquido de cerca 950 milhões de reais no período, dada a previsão de mercados mais fortes, resultando em mais taxas de performance e um yield de receita ligeiramente mais forte.
Eles agora também esperam um lucro líquido de 1,04 bilhão de reais no terceiro trimestre e de 1,22 bilhão de reais no quarto trimestre.
De acordo com o relatório, citando a valorização do mercado mais forte até agora este ano, o BTG também aumentou a projeção de AuC para 2024 em 2,5%, para cerca de 1,3 trilhão de reais.
Os analistas, porém, afirmaram que ainda têm dúvidas sobre a sustentabilidade dos lucros e do retorno sobre patrimônio (ROE) da XP.
Eles apontaram que a empresa recentemente fez demissões significativas, está repensando seu modelo de parceria, tornou-se mais intensiva em capital e, naturalmente, não está experimentando o mesmo crescimento de NNM (sigla em inglês para dinheiro novo líquido) de antes.
"A XP já tem uma alta participação de mercado no segmento de alta renda, e temos dificuldade em vê-la com vantagens significativas nos segmentos de wealth management e varejo de baixa renda", pontuaram os analistas, que têm recomendação "neutra" para os papéis, mas com viés positivo.
(Por Paula Arend Laier)
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