Nagel, do BCE, diz que escassez de mão de obra pode sustentar inflação na zona do euro
FRANKFURT (Reuters) - A Europa está ficando sem trabalhadores disponíveis e mudanças radicais são necessárias, caso contrário um mercado de trabalho aquecido continuará pressionando a inflação, tornando mais difícil para o Banco Central Europeu (BCE) conter as pressões sobre preços, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel.
O emprego na zona do euro está em um nível recorde, apesar da recessão durante o inverno, e as empresas estão cada vez mais tendo dificuldades para encontrar trabalhadores, particularmente no setor de serviços, que tende a ser mais sensível aos salários e, portanto, mais propenso a pressionar a inflação.
O cenário pode ter ramificações mais amplas para a condução da política monetária, alertou Nagel.
"Um ambiente alterado para a política monetária também pode resultar de mercados de trabalho persistentemente apertados", disse Nagel em um discurso nesta quinta-feira. "Um maior poder de barganha dos trabalhadores pode levar a um forte crescimento salarial e, portanto, a pressões inflacionárias persistentes."
O BCE elevou os juros em 4 pontos percentuais ao longo do último ano e prometeu outro aumento em julho, já que as pressões sobre preços são ainda mais persistentes do que o temido.
A demografia também está trabalhando contra o BCE. A população em idade ativa está diminuindo em vários países, inclusive na Alemanha, a maior economia do bloco, levando a uma escassez ainda maior de mão de obra.
Isso coloca o ônus nos governos, e não no banco central, para encontrar uma solução.
Os governos devem fornecer incentivos mais fortes para que as mulheres em empregos de meio período trabalhem por mais tempo, o que exigirá mais assistência ao cuidado infantil, argumentou Nagel.
A Europa também deve promover a imigração de trabalhadores qualificados e precisa simplificar o reconhecimento de diplomas e qualificações profissionais estrangeiras.
As pessoas mais velhas também devem receber maiores incentivos para trabalhar e uma idade de aposentadoria mais alta também deve ser considerada, argumentou Nagel.
(Por Balazs Koranyi)
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