Meta de 3% fortalece compromisso do país com inflação baixa, diz Haddad em voto no CMN
BRASÍLIA (Reuters) - A fixação da meta de inflação de 3% para 2026, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, foi oficializada nesta sexta-feira com a publicação, pelo Banco Central, da resolução aprovada na véspera pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Na exposição de motivos do voto do CMN, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem cabe propor o nível da meta, argumentou que o alvo de 3% é similar ao adotado em outras economias da América Latina, como Chile, Colômbia e México.
"A adoção de meta similar às praticadas em outros países emergentes fortalece a percepção de compromisso do Brasil com inflação baixa e estável", diz o texto, ressaltando que níveis baixos de inflação reduzem a eficiência econômica e é condição necessária para o crescimento sustentável.
Haddad disse, ainda, que a sustentação de taxas de inflação baixas pode levar à redução estrutural dos juros no país e apontou que, nesse contexto, o novo arcabouço fiscal proposto pelo governo reduz as incertezas fiscais.
Conforme anunciado por Haddad na quinta-feira, o horizonte para o cumprimento da meta será alterado por meio de um decreto, que estabelecerá a meta "contínua", em substituição aos objetivos por ano-calendário que vigoram desde a implantação do regime de metas, em 1999.
Haddad afirmou que, na nova sistemática, o BC terá mais flexibilidade para trazer a inflação à meta em momentos de choques econômicos, uma vez que trabalhará com um horizonte mais estendido --o ministro citou 24 meses.
(Por Redação Brasília)
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