Fitch destacou insurreição de 06/01 em discussões com o Tesouro antes do rebaixamento dos EUA

Por Davide Barbuscia

NOVA YORK (Reuters) - A Fitch tomou a decisão de rebaixar o rating de crédito dos Estados Unidos devido a preocupações fiscais e uma deterioração na governança do país, bem como a polarização que também foi refletida pela insurreição de 6 de janeiro, disse Richard Francis, diretor sênior da Fitch Ratings, à Reuters nesta quarta-feira.

Em um movimento que pegou os investidores de surpresa, a Fitch rebaixou a nota dos Estados Unidos para AA+, de AAA, na terça-feira, citando a deterioração fiscal nos próximos três anos e repetidas negociações sobre o teto de dívida que ameaçam a capacidade do governo de pagar suas contas.

A agência baseou sua decisão em parte devido a uma deterioração percebida na governança dos EUA, que, segundo ela, deu menos confiança na capacidade do governo de lidar com questões fiscais e de dívida, disse Francis.

Essa deterioração, assim como o aumento da polarização no clima político do país, refletiu-se na insurreição de 6 de janeiro, que a agência destacou em discussões com o Tesouro. A Fitch realizou reuniões com o Departamento do Tesouro antes do rebaixamento.

“Foi algo que destacamos porque é apenas um reflexo da deterioração da governança, é uma de muitas”, disse Francis.

"Você tem o teto da dívida, você tem 6 de janeiro. Claramente, se você olhar para a polarização com ambos os partidos... os democratas foram mais para a esquerda e os republicanos mais para a direita, então o meio está basicamente desmoronando", disse ele.

A mudança fez da Fitch a segunda maior agência de classificação de risco, depois da Standard & Poor's, a tirar dos Estados Unidos a nota de triplo-A.

A decisão da Fitch atraiu críticas da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que a chamou de "arbitrária e baseada em dados desatualizados".

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(Reportagem de Davide Barbuscia)

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