Ações norte-americanas podem começar a questionar resiliência econômica, diz Morgan Stanley
(Reuters) - O S&P 500 provavelmente terá dificuldades em seguir avançando após ter subido quase 14% até agora este ano, à medida que investidores começam a questionar a sustentabilidade da resiliência da economia dos Estados Unidos, disseram estrategistas de ações do Morgan Stanley.
Uma razão é que uma mentalidade de "comprar o rumor, e vender a notícia" se consolidou após os resultados do segundo trimestre, potencialmente desacelerando o ímpeto dos preços, disseram estrategistas do banco, liderados por Michael Wilson.
O índice caiu mais de 5% em relação às máximas deste ano atingidas no mês passado, com investidores nervosos com o recente aumento nos rendimentos dos títulos. O rendimento do título de referência do Tesouro dos EUA de 10 anos está em seu nível mais alto desde outubro do ano passado.
"Embora limitada em magnitude de baixa, esta recente movimentação de preço é uma mudança e sugere que as ações podem estar começando a questionar a sustentabilidade da resiliência econômica que experimentamos no primeiro semestre do ano", disse Wilson.
"Além disso, os resultados dos lucros não acompanharam o ritmo da economia este ano, exceto em algumas áreas."
Wilson também vê a dissipação dos ventos a favor do excesso de poupança entre os consumidores, o que deixa as ações de bens de consumo vulneráveis.
O índice de consumo discricionário da S&P , um dos de melhor desempenho neste ano, subiu 28% no acumulado do ano, apesar de algumas quedas acentuadas nas últimas sessões.
O Barclays observa que os consumidores provavelmente esgotarão suas economias feitas durante a pandemia até janeiro ou fevereiro do próximo ano.
Mas, em vez de reduzir repentinamente o consumo, "presumimos ... que as famílias retornarão gradualmente aos padrões de gastos pré-pandêmicos", disseram economistas do Barclays liderados por Marc Giannoni.
Além disso, o Credit Suisse destacou os riscos negativos difíceis de quantificar de alguns choques externos, como os do setor imobiliário da China.
(Reportagem de Susan Mathew em Bengaluru)
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