PIB alemão deve contrair 0,6% este ano, apontam institutos econômicos
Por Maria Martinez
BERLIM (Reuters) - Cinco institutos econômicos estão prevendo que a economia da Alemanha sofrerá uma retração de 0,6% este ano, à medida que o aumento das taxas de juros afeta os investimentos e a alta inflação reduz o consumo.
Anteriormente, os institutos projetavam que o Produto Interno Bruto (PIB) alemão sofreria uma contração de 0,3%.
"O motivo mais importante para essa revisão é que a indústria e o consumo privado estão se recuperando mais lentamente do que esperávamos na primavera", disse Oliver Holtemoeller, chefe do departamento de macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica de Halle (IWH).
A expectativa é que o PIB encolha 0,4% somente no terceiro trimestre, após estagnar no segundo trimestre.
Contudo, os aumentos de preços estão sendo acompanhados por aumentos salariais e preços de energia em queda, o que significa que o poder de compra está retornando, disseram economistas. Portanto, espera-se que a desaceleração diminua até o final do ano.
No último trimestre do ano, a previsão é de uma expansão modesta de 0,2%.
Para 2024, os institutos -- quatro alemães e um austríaco -- preveem um crescimento do PIB de 1,3%, abaixo dos 1,5% anteriores, e para 2025, expansão de 1,5%.
Nos anos seguintes, uma taxa de crescimento potencial decrescente devido ao encolhimento da força de trabalho se tornará cada vez mais evidente, disseram eles.
Espera-se que a inflação -- em 6,9% no ano passado -- chegue a 6,1% este ano e caia para 2,6% no próximo ano e 1,9% em 2025.
Os institutos veem o núcleo da inflação em 6,1% no ano corrente e 3,1% em 2024, bem acima da meta de 2% do Banco Central Europeu.
Os institutos econômicos afirmaram que a série de aumentos das taxas de juros pelo BCE atingiram seu pico e que esperam que as taxas sejam mantidas até o verão de 2024 no Hesmifério Norte, uma vez que o núcleo da inflação diminuiu apenas lentamente.
Eles também acusaram o governo de coalizão de falta de visão para o futuro em suas reações a problemas como a recente crise energética.
"A incerteza política é muito alta, esse é o título do nosso relatório", disse Holtemoeller. "Em muitas áreas, há necessidade de políticas coerentes, consistentes e de médio a longo prazo."
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