Lula pede a presidente do Egito apoio à retirada de brasileiros de Gaza, diz governo

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou neste sábado por telefone com os presidentes da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, para buscar apoio à retirada de brasileiros da Faixa de Gaza, informou o Palácio do Planalto.

Na conversa com o presidente do Egito, Lula informou que, assim que os brasileiros conseguirem cruzar a passagem de Rafah, serão acompanhados pelo embaixador brasileiro no Egito até o aeroporto de Arish e embarcarão imediatamente na aeronave da Força Aérea Brasileira com destino ao Brasil.

Segundo o governo brasileiro, na conversa com o palestino Abbas, Lula expressou preocupação com os civis na região, mas também condenou o que descreveu como "ataques terroristas" contra civis em Israel e reforçou a importância da libertação imediata de todos os reféns.

"Lula disse que os inocentes em Gaza não podem pagar o preço da insanidade daqueles que querem a guerra", disse o Planalto em nota sobre esse primeiro telefonema.

Na quinta-feira, Lula já havia conversado com o presidente israelense, Isaac Herzog, quando fez um apelo pelo estabelecimento de um corredor humanitário para a saída de pessoas da Faixa de Gaza e agradeceu o apoio à retirada de brasileiros de Israel.

Milhares de palestinos fugiam do norte da Faixa de Gaza neste sábado em meio à expectativa de um iminente ataque terrestre israelense. Israel prometeu aniquilar o grupo militante Hamas, que controla Gaza, em retaliação ao violento ataque perpretado por membros do grupo a várias localidades israelenses há uma semana, quando cerca de 1.300 pessoas foram mortas e outras dezenas, levadas como reféns.

Ao longo dos últimos dias, Israel reagiu com o mais forte bombardeio já visto em Gaza. Segundo as autoridades locais, mais de 2.200 pessoas já foram mortas e cerca de 10 mil, feridas.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou mais cedo que um grupo de 16 brasileiros que permanecia reunido em uma escola no norte de Gaza — região que Israel orientou que fosse desocupada — foi levado neste sábado em ônibus contratado pelo governo brasileiro até a cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, onde aguarda a abertura da passagem.

Segundo o Itamaraty, o governo vem reiterando gestões diplomáticas de alto nível para viabilizar a entrada de cerca de 30 brasileiros e familiares no Egito e tem uma aeronave a postos em Roma para resgatá-los.

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Os dois líderes concordaram com a urgência de se permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, segundo o Planalto.

(Por Isabel Versiani)

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