Fed tem tempo para ver dados antes de tomar a próxima decisão sobre os juros, diz Barkin

Por Michael S. Derby

NOVA YORK (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, disse nesta terça-feira que o banco central dos Estados Unidos ainda tem tempo para decidir sobre sua próxima medida em relação à taxa básica de juros, conforme informações apontam para uma economia que está em desaceleração em meio a uma tendência de arrefecimento das pressões inflacionárias.

"Vejo uma economia que está muito mais adiantada no caminho da normalização da demanda do que muitos dos dados indicam", mesmo que "o caminho para a inflação ainda não esteja claro", disse Barkin no texto de um discurso para a Mesa Redonda de Imóveis em Washington.

Tendo mantido a taxa básica estável na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto, Barkin disse que "temos tempo para ver se fizemos o suficiente ou se há mais trabalho a ser feito".

Custos crescentes dos empréstimos, impulsionados pelos rendimentos mais altos dos títulos, juntamente com uma tendência prolongada de queda nos dados de inflação, levaram muitos a acreditar que o Fed já não irá mais aumentar os juros e que deixará sua atual meta da taxa básica entre 5,25% e 5,5% por um longo período. Várias autoridades do Fed disseram nos últimos dias que acreditam que o banco central está no pico ou próximo do pico de seu ciclo de alta da taxa básica.

"Ainda estou procurando ser convencido de que a demanda está se estabilizando e de que qualquer fraqueza está sendo transmitida à inflação", disse Barkin. De seus contatos locais, Barkin disse que está ouvindo que a demanda está diminuindo e "partes do mercado de trabalho estão se equilibrando melhor" Ele também observou que as pressões salariais, embora ainda fortes, estão moderando.

No que diz respeito à inflação, "ainda não chegamos lá, mas estamos indo na direção certa", disse Barkin.

Barkin também disse em seus comentários que, se houver uma desaceleração da economia, não é certo que ela seja grave. Isso porque muitos têm previsto uma recessão e, presumivelmente, têm se preparado para ela, enquanto a demanda latente na economia poderia limitar o grau de desaceleração da atividade.

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