Ibovespa avança antes de Fed e com balanços sob holofotes

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, véspera de feriado no Brasil, com agentes financeiros repercutindo uma bateria de resultados corporativos, entre eles os números de Telefônica Brasil, Carrefour e RD, enquanto aguardam decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Às 11h27, o Ibovespa subia 1,48%, a 114.822,14 pontos. Até o momento, chegou a 114.868,18 máxima e a 113.156,7 pontos na mínima. O volume financeiro somava 5,9 bilhões de reais.

A alta ocorre após o principal índice do mercado acionário brasileiro acumular um declínio de quase 3% em outubro e era endossada pelo viés positivo em Wall Street e alívio nos rendimentos dos Treasuries, bem como o avanço de commodities como o petróleo e o minério de ferro no exterior.

O clima nos mercados é de expectativa para o desfecho da reunião do Federal Reserve, às 15h (horário de Brasília), principalmente os sinais sobre os próximos passos do BC norte-americano, uma vez que a previsão é de que a taxa neste momento permaneça na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano.

Na pauta de divulgações dos Estados Unidos, dados da ADP mostraram que foram abertos 113 mil empregos no mês passado no setor privado norte-americano, abaixo das previsões de economistas. Ainda no radar estavam indicadores sobre a atividade na indústria e gastos com construção na maior economia do mundo.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia decisão de juros após o fechamento do mercado, com economistas aguardando uma redução na Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

Apesar do desempenho do Ibovespa nesta sessão, estrategistas do BTG Pactual fizeram ajustes em sua carteira recomendada de ações para novembro, buscando aumentar a diversificação e evitar nomes mais arriscados, conforme relatório enviado a clientes.

"À medida que nos aproximamos do final do ano, acreditamos que a combinação de mercados globais voláteis e uma situação fiscal preocupante no Brasil poderá impedir que investidores estrangeiros e locais façam alocações mais estruturais de longo prazo em ações brasileiras", afirmaram Carlos Sequeira e equipe.

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"Apesar do Ibovespa ser negociado com 'valuations' muito atraentes, a falta de fluxos de dinheiro mais significativos para as ações poderá manter o mercado lateral durante os próximos meses", acrescentaram.

DESTAQUES

- VALE ON subia 1,94%, a 70,34 reais, conforme o preço do minério de ferro se fortaleceu nesta quarta-feira, com o contrato mais negociado na bolsa de Dalian, na China, encerrando o dia com alta de 2,51%, a 919,5 iuans (125,63 dólares) a tonelada, o maior valor desde 17 de março.

- PETROBRAS PN avançava 1,61%, a 35,30 reais, apoiada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent registrava acréscimo de 2,28%, a 86,96 dólares. O diretor-executivo de engenharia, tecnologia e inovação da companhia, Carlos Travassos, também afirmou nesta quarta-feira que a Petrobras pode superar marginalmente a meta de produção de petróleo neste ano.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 1,03%, a 27,08 reais, em dia de ajustes, após três quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 3,2%. BRADESCO PN subia 1,29%, a 14,17 reais, também experimentando uma trégua nas vendas após somar uma perda de 3,5% nos três pregões anteriores.

- CARREFOUR ON mostrava elevação de 3,23%, a 9,26 reais, apesar da queda de 59,1% no lucro líquido do terceiro trimestre ano a ano, pressionado por maior alavancagem financeira e despesas tributárias. O Ebitda ajustado caiu 13,4%, mas ficou pouco acima das previsões de analistas, segundo dados da LSEG. No setor, ASSAÍ ON tinha acréscimo de 0,91%, enquanto GPA ON recuava 2,49% com ajuste após desempenho robusto na véspera.

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- TELEFÔNICA BRASIL ON subia 3,85%, a 46,98 reais, após a companhia dona da marca Vivo reportar melhora no resultado operacional medido pelo Ebitda no terceiro trimestre, com expansão em margem e receitas. A empresa também manteve previsão de investimentos no ano, enquanto afirmou que busca racionalidade em preços na telefonia móvel. No setor, TIM ON avançava 2,77%.

- VAMOS ON registrava variação positiva de 4,09%, a 8,15 reais, com o resultado do terceiro trimestre mostrando alta de 8,6% no lucro líquido ano a ano, para 115,8 milhões de reais, enquanto o Ebitda aumentou 23,2%, para 682,7 milhões.

- CVC BRASIL ON ganhava 5,45%, a 2,90 reais, a poucos dias da divulgação do balanço do terceiro trimestre, previsto para sexta-feira. O movimento era ainda ajudado pelo alívio na curva de juros no Brasil e queda do dólar ante o real.

- BRADESPAR PN valorizava-se 3,94%, a 23,22 reais, tendo no radar que o conselho de administração aprovou a distribuição de 680 milhões de reais em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).

- CIELO ON avançava 1,14%, a 3,56 reais, uma vez que a empresa registrou lucro líquido consolidado 456,7 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 8,3% frente ao mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, foi o maior resultado recorrente para um terceiro trimestre desde 2018. O Ebitda somou 991,3 milhões de reais (-1,5%), enquanto a receita operacional líquida atingiu 2,6 bilhões (-0,7%).

- RD ON perdia 3,57%, a 24,88 reais, mesmo com a alta de 33,1% no lucro líquido do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, além de expansão da receita bruta, enquanto a rede de varejo farmacêutico manteve a previsão de abertura de 64 novas lojas no período.

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- CCR ON mostrava elevação de 0,17%, a 12 reais, perdendo o fôlego em relação aos primeiros negócios, quando chegou a 12,31 reais (+2,75%). Na véspera, a empresa de concessões de transporte divulgou aumento de 15,8% no Ebitda ajustado no período de julho a setembro, para o recorde trimestral de 2,1 bilhões de reais, bem como alta de receita.

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