Ameaça de contestação judicial pela Vivendi coloca em risco negócio entre Telecom Italia e KKR
Por Elvira Pollina
MILÃO (Reuters) - As ações da Telecom Italia caíram nesta segunda-feira após a acionista Vivendi ameaçar contestar judicialmente o plano do antigo monopólio de telefonia de vender a sua rede em um negócio de 19 bilhões de euros.
A venda para a KKR tornaria a Telecom Italia o primeiro grupo de telecomunicações em um grande país europeu a se separar de sua rede fixa, e é um elemento-chave do plano do presidente-executivo da Telecom Italia, Pietro Labriola, para revitalizar o grupo endividado.
A Telecom Italia disse que pretende concluir o acordo até o próximo verão europeu, mas as esperanças de um relançamento tranquilo para a empresa de telecomunicações, há muito problemática, foram ofuscadas pela oposição da Vivendi, que possui uma participação de 24% na Telecom Italia.
A Vivendi, que tem expressado repetidamente suas ressalvas em relação aos termos do acordo com a KKR, afirmou no domingo que considera a decisão de prosseguir sem uma votação dos acionistas como "ilegal" e que usará "todos os meios legais ao seu alcance para contestar" a decisão.
Em comunicado no domingo anunciando a escolha do conselho, a Telecom Italia disse que havia ouvido conselhos jurídicos e financeiros.
O grupo de mídia francês tem pressionado por um preço de venda mais alto e também questionado a sustentabilidade do que restará da Telecom Italia após a rede ser vendida.
Listada em Paris, a Vivendi, que enfrenta perda de 75% em seu investimento inicial de 4 bilhões de euros na Telecom Italia, criticou a decisão de seguir em frente com a venda sem uma assembleia de acionistas extraordinária e sem a opção de investidores discordantes venderem de volta suas ações à empresa.
A expectativa agora é que a Vivendi apresente uma queixa a um tribunal de Milão na tentativa de contestar as decisões do conselho, de acordo com duas fontes próximas ao assunto.
Após subirem inicialmente até 5%, as ações da Telecom Italia inverteram trajetória e fecharam com declínio de 3,35%, refletindo receios de um processo judicial prolongado.
(Reportagem de Elvira Pollina; reportagem adicional de Giulia Segreti em Roma)
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