Diesel russo deixou de ser competitivo no Brasil, diz CEO da Petrobras; importação cai
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O diesel russo deixou de ser competitivo no Brasil, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante evento no Rio de Janeiro nesta terça-feira, ao ser questionado sobre uma queda nas importações do combustível neste ano, enquanto a companhia está elevando sua produção.
"Não tem guerra (com diesel russo). O mercado se acomodou, o diesel da Rússia era um diesel sancionado, que estava mais barato por ter sanção (em função da guerra). Mas a partir de um certo momento o diesel passou a ficar com o preço igual e não compensava mais trazer", comentou, ao ser questionado pela Reuters durante um evento.
As importações de diesel pelo Brasil totalizaram 11,72 bilhões de litros de janeiro a outubro, queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado, por conta de um aumento na produção nacional e também maior mistura de biodiesel no combustível fóssil, avaliou a consultoria StoneX nesta terça-feira.
Segundo o analista de mercado da StoneX Bruno Cordeiro, em outubro a Rússia passou a representar 42,1% do combustível internalizado pelo Brasil, ao passo que, em agosto, essa fatia era de 74,6%.
A Petrobras, por sua vez, registrou recordes de vendas e volumes produzidos de diesel S-10, o mais comercializado no país, no terceiro trimestre.
"A Petrobras vai se adaptando a essas situações, tem seu produto, sua disponibilidade, chega em qualquer lugar do Brasil de forma competitiva. Essa é a política nova adotada sem necessariamente ficar no PPI sempre. Mas ela sempre vai tentar ganhar a disputa de mercado", disse Prates.
Segundo ele, onde a Petrobras não puder ganhar, "vai deixar entrar em prol do consumidor mesmo".
"Isso às vezes dura pouco porque a Petrobras é a espinha dorsal do abastecimento nacional e isso está claro hoje... rodando normal com nosso parque de refino, nossa logística, inteligência na importação de produto, a gente consegue abastecer o mercado brasileiro de forma competitiva e em paz", concluiu.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)
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