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Supermercados impulsionam vendas no varejo do Brasil em setembro

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O varejo brasileiro registrou aumento das vendas em setembro, encerrando o terceiro trimestre com resultado melhor que o espeado e com novos sinais de resiliência em meio a um mercado de trabalho resistente.

Em setembrou houve alta de 0,6% nas vendas varejistas na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

O resultado, após queda de 0,1% em agosto, foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade e com isso o setor fecha o terceiro trimestre em alta de 0,8% sobre os três meses anteriores.

Na comparação com setembro do ano passado, as vendas tiveram avanço de 3,3%, contra expectativa de alta de 2,5%..

Diante disso, o varejo opera 4,9% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 1,5% abaixo do maior nível da série histórica, de outubro do mesmo ano, de acordo com o IBGE.

"Embora não mude a expectativa de PIB mais fraco no terceiro trimestre, o número melhor é uma novidade válida. Mas é importante notar que se mantém o comportamento tímido do setor em termos qualitativos. É um comportamento tradicional em momentos como o atual, em que os juros muito altos inibem o consumo de bens mais duráveis", destacou o economista da Highpar Maykon Douglas

A dinâmica mais resistente do mercado de trabalho e condições melhores de consumo ajudaram o varejo brasileiro a manter resultados positivos ao longo do ano, ainda que próximos da estabilidade, impactado pelos efeitos defasados da política monetária restritiva.

O Banco Central fez na semana passada um terceiro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.

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"Estes resultados de setembro mostram que o varejo deve ser beneficiado pela queda na inflação, o mercado de trabalho aquecido e o crescimento da massa salarial", destacou Rafael Perez, da Suno Research, embora avalie que o cenário doméstico, de endividamento elevado e inadimplência alta entre as famílias, ainda deve impedir uma retomada mais robusta do comércio.

Entre as oito atividades pesquisadas, em setembro apenas três tiveram avanço nas vendas varejistas. O maior impacto foi registrado pela alta de 1,6% nas vendas de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

"Um dos fatores principais para o resultado dessa atividade é a escolha orçamentária das famílias, que está voltada para os itens de primeiras necessidades", explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

"Com o aumento da população ocupada e da massa de rendimento, as pessoas estão usando o rendimento habitual para os gastos em hiper e supermercados e não está sobrando para concentrar em outras atividades", completou.

Móveis e Eletrodomésticos tiveram alta de 2,1%, enquanto Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria registram alta de 0,4% nas vendas.

Já as cinco atividades que tiveram variações negativas foram Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%); e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,1%).

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O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou alta de 0,2% nas vendas de setembro.

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