Governo adia para abril exigência de visto para turistas de EUA, Canadá e Austrália

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quinta-feira adiar para abril a entrada em vigor da exigência de visto para turistas do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos entrarem no Brasil, um dia após anunciar que a exigência começaria na próxima semana.

O Ministério do Turismo havia divulgado na véspera uma nota afirmando que a entrada em vigor da medida seria na próxima quarta-feira, em meio ao período de férias no Brasil.

A nova data, de acordo com o Palácio do Planalto, foi oficializada em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União.

"A prorrogação tem como intenção a conclusão do processo de implementação do sistema e evitar o início da implementação em período próximo à alta temporada de viagens de fim e início de ano. A intenção é garantir uma introdução segura para a medida, sem consequências para o setor de turismo", destacou o governo.

No comunicado, o Planalto destacou a política de reciprocidade como um mecanismo da diplomacia brasileira, citando declaração de setembro do ano passado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre o assunto.

"No governo anterior, foi suspensa a obrigatoriedade de americanos, canadenses, australianos e japoneses. A medida foi dada de graça. Sem reciprocidade. Brasileiros continuaram precisando de visto para viajar para esses países", disse o chanceler, na ocasião.

"No início do governo, por instrução do presidente Lula, restabelecemos os vistos. Chamamos esses países para negociar. O Japão aceitou e negociamos. Os outros alegaram que não era possível pela legislação de cada um deles", disse Vieira.

A decisão do governo Lula vai reverter medida unilateral tomada pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro, em junho de 2019, de suspender a exigência de visto para esses países alegando que facilitaria a entrada de mais turistas.

A nova exigência de visto era para ter entrado em vigor em 1º de outubro de 2023, mas o prazo acabou sendo prorrogado inicialmente para janeiro e agora para abril.

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(Por Ricardo Brito)

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