Lula tem piora em índices de avaliação, mostra AtlasIntel
BRASÍLIA (Reuters) - Índices de avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram uma piora em março, mostrou pesquisa AtlasIntel nesta quarta-feira, realizada após a polêmica declaração do petista sobre a atuação do governo israelense na Faixa de Gaza, comparando-a à de Hitler na 2ª Guerra Mundial, e depois de ato do ex-presidente Jair Bolsonaro com apoiadores em São Paulo.
A aprovação do desempenho de Lula recuou de 52%, em janeiro, para 47% agora, enquanto a parcela dos que desaprovam saiu de 43% na rodada anterior para 46% em março. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com a AtlasIntel, esta é a primeira vez que Lula deixa de ter a maioria absoluta dos brasileiros o aprovando.
A avaliação do governo variou dentro da margem de erro ou no limite da mesma: os que o consideram "ruim/péssimo" passaram de 39% para 41%, enquanto os que o classificam como "ótimo/bom" saíram de 42% para 38%.
A pesquisa mostrou que a imagem de Lula teve oscilações no chamado limite da margem de erro. Segundo a AtlasIntel, sua imagem negativa variou 4 pontos para cima, chegando a 49%, enquanto 47% consideram a imagem de Lula positiva, uma queda de 4 pontos, marcando a primeira vez, segundo o instituto, que a imagem negativa superou a positiva.
Já a avaliação da situação econômica do país piorou, com 53% entre os 3.154 entrevistados considerando-a "ruim", contra 47% de janeiro. Os que responderam que a atual conjuntura econômica está "boa" oscilaram de 29% para 28%. Os que a classificam como "normal" recuaram de 24% para 19%.
Segurança pública, responsabilidade fiscal e justiça e combate à corrupção foram as áreas em que a gestão Lula teve as piores avaliações. Direitos humanos e igualdade racial, redução da pobreza e políticas sociais e relações internacionais estão entre as melhor avaliadas. Mas em todas as áreas, os que consideram o desempenho péssimo supera os que veem a performance do governo federal como ótima.
No caso da política internacional, ainda que figure entre as áreas com melhor avaliação, houve uma variação negativa na fatia dos que a consideravam "ótima/boa" de 9 pontos percentuais.
Realizada entre os dias 2 e 5 de março, a pesquisa pode ter registrado o rescaldo da polêmica envolvendo declaração do presidente em Adis-Abeba, na Etiópia, no dia 18 de fevereiro. Na ocasião, em entrevista coletiva, Lula comparou as mortes de palestinos na ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao que Hitler fez com os judeus na 2ª Guerra Mundial, provocando forte reação do governo israelense e da oposição no Brasil, que incorporou a controvérsia e a utilizou no ato de 25 de fevereiro de Bolsonaro na Avenida Paulista em São Paulo.
Mesmo assim, em comparação com o governo anterior, o governo Lula ainda segue com avaliações de desempenho superiores às de Bolsonaro em todas as áreas levantadas.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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