Agricultores poloneses intensificam protestos contra "carrasca" UE

Por Anna Wlodarczak-Semczuk e Kuba Stezycki

VARSÓVIA (Reuters) - Agricultores poloneses bloquearam estradas com tratores e sinalizadores nesta quarta-feira, em protestos crescentes contra regulamentações ambientais da UE e importações baratas de comida da vizinha Ucrânia, que o bloco concordou em prolongar provisoriamente.

Cartazes mostravam um agricultor balançando em uma forca ao lado de usinas eólicas e um carrasco com emblemas da UE com os dizeres: “Acordo Verde equivale à morte da agricultura polonesa”, referindo-se ao plano do bloco para combater as mudanças climáticas.

Agricultores da Polônia e de outros países do bloco estão protestando nos últimos meses para exigir a reimposição de tarifas alfandegárias sobre as importações agrícolas da Ucrânia que foram dispensadas após a invasão da Rússia em 2022.

Eles afirmam que os agricultores ucranianos estão inundando a Europa com importações baratas que os deixam incapazes de competir.

Com centenas de protestos planejados, imagens da Reuters de Zakret, ao leste de Varsóvia, mostravam agricultores bloqueando trajetos para a capital. Tratores alinhavam-se nas estradas com bandeiras da Polônia, e sinalizadores vermelhos foram acesos.

“Exigimos a retirada total do ‘Acordo Verde’, exigimos a retirada do (plano climático da UE) ‘Objetivo 55’, dos limites em todas as emissões, todas as proibições e ordens”, disse o organizador do protesto, Lukasz Komorowski, falando com os colegas de manifestação no bloqueio de Zakret.

Nesta quarta-feira, a UE chegou a um acordo provisório para prolongar o acesso dos produtores de alimentos ucranianos aos seus mercados até junho de 2025 -- embora com novos limites às importações de cereais.

Os líderes dos protestos poloneses disseram que não estavam satisfeitos com o último acordo, uma vez que este incluía os últimos anos como referência para os limites de importação. Eles querem cotas baseadas em dados bem antes do início da guerra na Ucrânia, quando as importações eram muito inferiores.

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(Reportagem de Anna Wlodarczak-Semczuk, Pawel Florkiewicz, Alan Charlish, Aleksandra S((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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