Companhias aéreas enfrentam dificuldades com falta de aviões

Por Rajesh Kumar Singh

CHICAGO, Estados Unidos (Reuters) - O setor aéreo global está enfrentando para a temporada de férias de meio de ano, com a expectativa de que a demanda por viagens ultrapasse os níveis anteriores à pandemia, enquanto as entregas de aeronaves caem drasticamente devido a problemas de produção na Boeing e na Airbus.

As companhias aéreas estão gastando bilhões de dólares trabalhos de manutenção de aeronaves para continuarem voando com jatos mais antigos e menos eficientes em termos de consumo de combustível e pagando um prêmio para garantir aeronaves adicionais de locadores. Algumas transportadoras ainda estão sendo forçadas a reduzir seus horários para lidar com a falta de aviões disponíveis. Ao mesmo tempo, o número de viajantes em todo o mundo deve atingir níveis históricos, com a expectativa de que 4,7 bilhões de pessoas viajem em 2024, em comparação com 4,5 bilhões em 2019.

"Podemos esperar um forte desempenho das companhias aéreas durante todo o verão, com algumas tarifas aéreas particularmente altas", disse John Grant, analista sênior da empresa de dados de viagens OAG.

Em dezembro passado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês)) previu um crescimento anual de 9% na capacidade global das companhias aéreas este ano. Essa estimativa parece otimista após a crise da Boeing.

As companhias aéreas receberão 19% menos aeronaves este ano do que esperavam devido a problemas de produção na Boeing e na Airbus, disse Martha Neubauer, associada sênior da AeroDynamic Advisory.

As companhias dos EUA receberão 32% menos aeronaves do que o planejado há um ano, porque várias linhas aéreas dependem dos aviões Boeing 737 MAX, disse Neubauer. A produção da Boeing foi reduzida após um jato da empresa operado pela Alaska Airlines ter deixado os passageiros expostos ao exterior em pleno voo após o desprendimento de um pedaço da fuselagem no início deste ano.

O incidente fez órgãos reguladores estabeleceram um limite para a produção do 737 MAX, mas a Boeing não está conseguindo atingir nem mesmo esse nível.

Enquanto isso, até 650 jatos Airbus A320neo poderão ser retirados do solo na primeira metade de 2024 para inspeções para tratar de uma falha nos motores Pratt & Whitney da RTX, afirmou a RTX no ano passado.

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Na Europa, a companhia aérea de baixo custo Ryanair cortou algumas rotas. Nos Estados Unidos, a United e a Southwest reduziram voos e ajustaram planos de contratação de pessoal.

MERCADO DE LEASING CRESCE

Os analistas esperam que a capacidade da maioria das companhias aéreas dos EUA no segundo trimestre cresça em um ritmo mais lento do que no ano anterior. As companhias aéreas atualizarão planos de frota e explicarão como compensarão as restrições de capacidade ao divulgarem seus resultados trimestrais, começando na quarta-feira, com a Delta Air Lines.

Devido à escassez de novos aviões, o mercado de leasing de aeronaves está em alta. Dados da Cirium Ascend Consultancy mostram que as taxas de arrendamento de novas aeronaves Airbus A320-200neo e Boeing 737-8 MAX atingiram 400 mil por mês, o valor mais alto desde meados de 2008.

As companhias aéreas estão gastando 30% mais em arrendamentos de aeronaves do que antes da pandemia, disse John Heimlich, economista-chefe da Airlines for America (A4A), que representa as principais companhias aéreas dos EUA.

As empresas também estão segurando jatos que já passaram de sua vida útil econômica e exigem manutenção pesada que agora leva vários meses, disse Heimlich. Os custos de reparo na United, Delta e American aumentaram 40% no ano passado em relação a 2019.

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O aumento dos custos de leasing, reparos e mão de obra afetará os resultados, apesar da alta demanda, disse Heimlich. As companhias aéreas dos EUA registraram uma margem antes dos impostos de 4,5% no ano passado, sendo que a maior parte da contribuição veio da Delta e da United.

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