Pague Menos reduz prejuízo no 1º tri e espera reverter perda no 2º tri

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Pague Menos reduziu o prejuízo no primeiro trimestre do ano, ajudada pela expansão de 10% na receita bruta do período em relação ao mesmo intervalo de 2023, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela empresa que também é dona da marca Extrafarma.

A rede de varejo farmacêutico apurou um prejuízo líquido ajustado de 29,6 milhões de reais de janeiro a março, pressionado por despesas financeiras atreladas à aquisição da Extrafarma, mas menor do que a perda de 55,3 milhões de reais um ano antes.

A receita bruta da empresa somou 3,095 bilhões de reais, com margem bruta praticamente estável, em 29,2%. As vendas mesmas lojas subiram 9,6% de janeiro a março, com elevação de 8,5% em Pague Menos e 15,1% em Extrafarma. As vendas nos canais digitais representaram 13,4% da receita bruta.

De acordo com o diretor financeiro da companhia, Luiz Novais, o resultado se beneficiou da base de comparação fraca com os primeiros meses de 2023, quando os números foram afetados por uma performance pior do mercado como um todo, além da integração logística da Extrafarma, que teve a aquisição concluída em 2022.

Ele também destacou o efeito na receita do surto de dengue e Covid no começo de 2024, citando que algumas categorias como repelentes, antitérmicos e analgésicos tiveram aumentos de vendas de 200%, 300%. A conversão de algumas unidades da Extrafarma para Pague Menos também ajudou.

O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado cresceu 77,4%, para 96,9 milhões de reais, com acréscimo de 1,2 ponto percentual na margem Ebitda ajustada, para 3,1%. O ciclo de caixa operacional foi de 60 dias no primeiro trimestre, de 65 dias um ano antes.

RITMO FORTE

A previsão da companhia é de que o ritmo da receita persista nos próximos trimestres, mesmo com o plano de abertura de 30 lojas neste ano completo -- 29 no primeiro trimestre e 1 em abril -- e uma previsão de fechamento de cerca de 20 unidades em 2024 -- sete delas já tiveram as operações encerradas.

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"Temos boas perspectivas para os próximos trimestres", afirmou o executivo, citando que, em abril e nos primeiros dias de maio, a empresa continuou vendo uma tendência de vendas bem acima do patamar do mesmo período do ano passado, "uma proporção de crescimento parecida com a do primeiro trimestre".

O plano de abertura de lojas para 2025 ainda está sendo definido, mas a depender do movimento das métricas de endividamento a companhia pode acelerar um pouco a expansão, afirmou, citando que o mercado como um todo está crescendo. No final de março, a rede tinha 1.654 lojas.

Novais ressaltou, contudo, que a redução do endividamento, que saltou após a aquisição da Extrafarma, anteriormente pertencente à Ultrapar, se tornou um foco prioritário para a Pague Menos. No primeiro trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado foi de 2,6 vezes, de 3 vezes um ano antes.

"A nossa projeção é terminar no mesmo patamar que a gente tinha antes da aquisição da Extrafarma, que era 1,7 vez", afirmou em entrevista à Reuters.

O executivo avalia que a companhia deve voltar a mostrar resultado positivo no segundo trimestre, citando, além da previsão de melhora no endividamento, que o primeiro trimestre do ano geralmente é mais fraco do que os demais para o mercado como um todo. Novais também apontou o efeito do reajuste dos preços de medicamentos em abril.

"Eu acredito que já no próximo trimestre a gente já reverta essa situação", afirmou.

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A Pague Menos também informou que as sinergias envolvendo a aquisição da Extrafarma somaram 153 milhões de reais em bases anualizadas no primeiro trimestre, o que segundo o CFO deve garantir que o resultado ao final de 2024 fique no intervalo de 180 milhões a 275 milhões de reais estimados pela empresa.

"Nós estamos bem confiantes de que vai ficar dentro dessa faixa de projeção... mais próximo do meio dessa faixa até o final do ano, podendo até superar um pouquinho."

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