EUA revogam licenças de exportação de Intel e Qualcomm para vendas à Huawei, dizem fontes
Por Alexandra Alper e Fanny Potkin e David Shepardson
WASHINGTON/CINGAPURA (Reuters) - Os Estados Unidos revogaram licenças que permitiam que empresas como Intel e Qualcomm enviassem chips usados em computadores e celulares para a fabricante chinesa Huawei Technologies, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto.
Uma quarta pessoa disse que algumas das empresas foram notificadas na terça-feira que suas licenças foram revogadas com efeito imediato. O Departamento de Comércio dos EUA confirmou que havia revogado algumas licenças, mas não chegou a nomear as corporações afetadas.
Um porta-voz da Intel não quis comentar. A Qualcomm não respondeu a um pedido de comentário e a Huawei não respondeu imediatamente.
A medida ocorre após o lançamento, no mês passado, do primeiro laptop habilitado para inteligência artificial da Huawei, o MateBook X Pro, equipado com o novo processador Core Ultra 9 da Intel.
O lançamento foi criticado por parlamentares republicanos. Eles afirmaram que isso sugeria que o Departamento de Comércio havia autorizado a Intel a vender o chip para a Huawei.
"Revogamos certas licenças de exportação para a Huawei", disse o Departamento de Comércio em um comunicado, recusando-se a especificar quais haviam sido retiradas.
A medida, relatada inicialmente pela Reuters, foi tomada após uma pressão conjunta dos republicanos anti-China no Congresso, que vêm pedindo ao governo do presidente Joe Biden que tome medidas mais duras para frustrar a Huawei.
A medida pode prejudicar a Huawei, que ainda depende dos chips da Intel para alimentar seus laptops, e pode prejudicar os fornecedores norte-americanos que fazem negócios com a empresa.
"A China opõe-se resolutamente ao fato de os Estados Unidos extrapolarem o conceito de segurança nacional e abusarem dos controles de exportação para reprimir as empresas chinesas sem justificativa", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.
A Intel também tem enfrentado uma demanda fraca por seus tradicionais chips de data center e computadores. No mês passado, ela perdeu 11 bilhões de dólares em valor no mercado de ações após prever a receita e o lucro do segundo trimestre abaixo das estimativas do mercado.
A Huawei foi colocada em uma lista de restrições comerciais dos EUA em 2019, em meio a temores de que pudesse espionar os norte-americanos, parte de um esforço mais amplo para prejudicar a capacidade da China de reforçar suas Forças Armadas. O fato de ter sido incluída na lista significa que os fornecedores da empresa precisam buscar uma licença especial antes de enviar seus produtos.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.