Arrecadação federal tem alta real de 8,26% em abril e marca quinto recorde mensal consecutivo

BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve alta real de 8,26% em abril sobre o mesmo mês do ano anterior, a 228,873 bilhões de reais, informou a Receita Federal nesta terça-feira, marcando o quinto recorde para o mês consecutivo.

No acumulado de janeiro a abril, a arrecadação teve alta real de 8,33%, a 886,642 bilhões de reais, também um recorde da série para primeiros quadrimestres.

Segundo a Receita, o desempenho positivo do mês foi influenciado pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, com altas significativas da massa salarial e do valor em dólar das importações, embora tenham sido observados recuos na produção industrial e nas vendas de bens e serviços.

O fisco atribuiu o desempenho recorde, principalmente, ao retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e ao crescimento da arrecadação previdenciária e de Imposto de Renda dos trabalhadores, além de ganhos com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Importação.

Em abril, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 9,08% em valor ajustado pela inflação frente a um ano antes, a 213,301 bilhões de reais. No período de janeiro a abril de 2024, o ganho foi de 8,36%, totalizando 838,073 bilhões de reais.

Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, recuaram 1,88% em abril frente ao mesmo período de 2023, a 15,571 bilhões de reais. No acumulado do primeiro quadrimestre, esses recursos tiveram alta real de 7,90%, totalizando 48,568 bilhões de reais.

Os recordes de arrecadação ajudam o governo na busca pelo déficit primário zero neste ano. A equipe econômica tem contado essencialmente com ganhos de receita para melhorar a trajetória fiscal.

A arrecadação acima do esperado afasta riscos de contingenciamento do governo para assegurar o cumprimento da meta fiscal, embora também haja um teto para as despesas, o que gerou um bloqueio de 2,9 bilhões de reais no Orçamento em março. A nova revisão das contas do governo, quando esses parâmetros são reavaliados, será anunciada na quarta-feira.

(Por Bernardo Caram)

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