Dólar fecha perto da estabilidade ante o real em dia de feriado nos EUA

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Numa sessão de liquidez reduzida no Brasil e no exterior em função do feriado nos Estados Unidos, o dólar à vista fechou a segunda-feira perto da estabilidade ante o real, após oscilar em margens bastante estreitas na ausência de notícias de impacto para conduzir os preços.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1719 reais na venda, em leve alta de 0,07%. Em maio, a divisa acumula baixa de 0,40%.

Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,04%, a 5,172 reais na venda.

O feriado do Memorial Day manteve o mercado norte-americano fechado, o que reduziu a liquidez nos mercados globais de moedas, incluindo o brasileiro.

No início do dia a divisa dos EUA oscilou no território negativo ante o real, sem que profissionais do mercado apontassem motivos específicos para o movimento.

A cautela antes da fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, programada para o início da tarde, motivou certa procura por proteção no dólar, conforme um profissional ouvido pela Reuters. Ainda assim, o movimento foi contido, em um ambiente de baixa liquidez.

Após marcar a cotação mínima de 5,1594 reais (-0,17%) às 10h, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,1859 reais (+0,34%) às 11h35.

A fala de Campos Neto, iniciada perto das 13h30, reforçou o viés de baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), mas foi incapaz de provocar movimentos mais amplos do dólar.

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Campos Neto reconheceu que as expectativas de inflação subiram em função de ruídos recentes, relacionados às contas públicas, à credibilidade do BC e a seu compromisso com a meta de inflação.

Além disso, citou as preocupações com os impactos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul, o cenário externo desfavorável e a divisão de votos na última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre a taxa básica Selic.

Ao mesmo tempo, afirmou que as expectativas de inflação devem melhorar no longo prazo.

“(A expectativa de inflação) voltou a subir... A gente entende que no longo prazo isso deve se estabilizar e voltar a melhorar", disse Campos Neto em evento promovido pelo grupo Lide, em São Paulo.

No exterior, em dia de liquidez também reduzida, o dólar cedia no fim da tarde ante as divisas fortes e também caía ante a maior parte das demais moedas.

Às 17h24, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,15%, a 104,580.

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Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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