Confiança de serviços no Brasil tem nova queda em maio, mostra FGV
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do setor de serviços do Brasil recuou novamente em maio devido a uma forte piora das expectativas para os próximos meses, mostraram dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) perdeu 0,6 ponto, a 94,2 pontos, em sua segunda queda consecutiva após também recuar em abril.
"O resultado de maio reforça a percepção dos últimos meses de perda de fôlego do setor", avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em comunicado.
"Apesar da resiliência da demanda presente, os resultados negativos em relação ao futuro ocorrem de forma disseminada e confirmam os sinais de que o setor de serviços não deve observar uma forte retomada nesse primeiro semestre", acrescentou.
Segundo os dados da FGV, a queda no ICS foi fortemente influenciada pela piora nas expectativas para os próximos meses, medida pelo Índice de Expectativas (IE-S), que teve uma queda de 3,1 pontos, a 91,3 pontos.
O recuo no IE-S se deu devido a uma queda nos dois indicadores que compõem o índice. O número sobre a demanda prevista para os próximos três meses caiu 2,9 pontos, a 91,6 pontos, enquanto o dado de tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 3,4 pontos, para 91,1 pontos.
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-S) registrou seu primeiro avanço no ano, subindo 1,9 ponto, a 97,3 pontos.
Seus dois indicadores também tiveram alta. O número do volume de demanda atual cresceu 2,3 pontos, para 97,7 pontos, e o dado da situação atual dos negócios chegou a 96,9 pontos, em alta de 1,6 ponto.
"O cenário macroeconômico de manutenção da queda na taxa de juros, e resultados expressivos no emprego e na renda, podem ser fatores importantes para retomar a recuperação da confiança do setor", disse Pacini.
Após sete cortes consecutivos na taxa Selic, agora em 10,5% ao ano, o Banco Central optou em sua última reunião de política monetária por não fornecer uma orientação futura para a trajetória dos juros, apontando maiores incertezas nos cenários doméstico e externo.
(Por Fernando Cardoso)
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