Cartões são "potência importante" do Santander Brasil em 2024, diz presidente

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, destacou a melhora no resultado do segmento de cartões do banco no segundo trimestre, sinalizando uma perspectiva positiva para o ano como um todo.

"Nós estamos bastante contentes como está evoluindo o nosso negócio de cartões...crescemos a quantidade de clientes e o faturamento", destacou em videoconferência sobre o balanço divulgado mais cedo, com lucro acima das previsões do mercado.

Em cartões, houve expansão de 6% na base de clientes ano a ano, enquanto o faturamento do crédito aumentou 16% no período de abril a junho frente ao mesmo intervalo de 2023. As receitas com cartões atingiram 1,3 bilhão de reais (+13,4%).

Leão lembrou que a operação com cartões diminuiu nos últimos dois anos, "algo consciente, não agradável de ver", mas parte da repaginada do portfólio do banco.

O executivo destacou que o banco ainda está vendendo dois terços do pico de 2021, mas em um nível de conhecimento do cliente e gestão mais preciso e muito mais profundo do que há três anos.

"Isso tem uma potência importante já para esse ano e principalmente quando a gente olha para os próximos (anos)... É um negócio que a gente escolhe voltar a crescer, voltar a crescer com qualidade", afirmou.

PDD

Ao falar sobre provisões para o próximo semestre, o diretor financeiro, Gustavo Alejo, afirmou que a tendência de PDD é positiva, com a carteira de crédito está crescendo onde o banco quer crescer e com as taxas da inadimplência em um bom patamar.

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"Nós vamos continuar crescendo a carteira com essa qualidade de crédito que temos", afirmou, explicando que a mudança na dinâmica de recuperação de crédito já está refletida na PDD, e não haverá surpresas.

"A tendência é essa, vamos crescer a carteira, a performance esta indo bem, e aonde tem algum ruído a gente ajusta muito rápido", acrescentou o executivo.

No segundo trimestre, a carteira de crédito ampliada, que inclui operações estruturadas no mercado de capitais com risco de crédito, avais e fianças, atingiu 665,592 bilhões de reais, aumento de 7,8% ano a ano e de 1,8% na base trimestral.

O resultado de PDD (provisão para devedores duvidosos) gerencial recorrente totalizou 5,896 bilhões de reais, uma redução de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,4% sobre o primeiro trimestre.

A inadimplência superior a 90 dias atingiu 3,2%, queda de 0,2 ponto percentual no ano e estável no trimestre.

No caso das pequenas e médias empresas, houve aumento nesse índice para 4,7% (+0,5 p.p. no ano e +0,3 p.p. no trimestre), o que o banco atribuiu a efeitos pontuais da alteração do modelo de cobrança e estratégia de renegociação no início do ano.

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De acordo com Alejo, a inadimplência de PMEs de 15 a 90 dias já mostra melhora, com o indicador tendo ficado em 4,3%, queda de 0,9 p.p. no ano e de 0,6 p.p. no trimestre. "No 15-90, nas novas safras, estamos vendo uma boa performance."

ROE

O CEO do Santander não deu números ao responder a um analista sobre o retorno sobre patrimônio (ROE) à frente, mas disse que o banco quer consolidar o patamar dos "mid-teens" (em torno de 15% a 17%) e então buscar "mid to high teens" ao longo dos próximos trimestres.

"Não vou te dizer quantos trimestres, mas certamente são trimestres e não anos, se a gente demorar anos para bater 'mid to high teens', a gente está tendo desafios maiores ou a gente está fazendo escolhas ruins de portfólio", afirmou.

O próximo patamar, segundo o executivo, seria os 20%. "Obviamente não vai acontecer em trimestres, mas ele pode acontecer, a gente vai trabalhar para que aconteça, em um horizonte de curto para médio prazo", explicou.

Ao final do segundo trimestre, a filial brasileira do espanhol Santander apresentou um ROE anualizado gerencial recorrente excluindo ágio de 15,5%, acima dos 14,1% do primeiro trimestre do ano e dos 11,2% de um ano antes.

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Na visão de analistas do Itaú BBA, os resultados do Santander Brasil marcaram todos os campos na direção de um ROE em "high-teens" (ao redor de 18% a 19%) no próximo ano.

Na B3, as units do banco chegaram a avançar 3% na abertura do pregão, mas perderam o fôlego e eram negociadas ao redor da estabilidade no começo da tarde.

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